Quem será capaz de entender esta lógica da Fox?
Um comentador, Bob Beckel, sugere que alguém mate o Assange. A frase é censurada pelo famoso piiiii - não a incitação a um assassinato, mas a palavra "bitch":
"A dead man can't leak stuff. This guy's a traitor, he's treasonous, and he has broken every law of the United States. And I'm not for the death penalty, so...there's only one way to do it: illegally shoot the son of a -piiiiiiiiii-."
Para quem não tem tempo de ver todo o filme: a brilhante intervenção começa por volta do segundo 55. Também vale a pena ver a reacção dos outros intervenientes no debate.
Não me digam que vou ter de dar dinheiro à wikileaks? Não me digam que cheguei a um ponto em que estou capaz de pagar para que o Assange possa ter bons advogados e possa proteger-se de uma horda de malucos à solta para o matar? Que até era capaz de contribuir para lhe fazerem em casa um panic room, como o que salvou a vida do Kurt Westergaard? Não direi que estava capaz de morrer para ele poder dizer o que quer, mas se calhar contribuir com um ou outro euro...
E de repente dou-me conta da coragem de milhentas pessoas em todo o mundo, que estão a dar dinheiro à wikileaks mesmo sabendo que esses dados podem ser gravados e analisados pela NSA, ou até pela Fox - para quem a liberdade de expressão permite incitação à violência, mas não palavrões.
6 comentários:
Isto é espantoso. Estes tipos não têm noção que são tão perigosos como os fundamentalistas islâmicos que detestam e temem. Que são iguais a eles.
Estou esbugalhada.
Pois.
Na Alemanha, isto dava cadeia. Mas nos EUA fala-se assim na tv. E o piiii é a cereja no topo do queque.
Como se não bastasse, são muito burros: nem se dão conta que assassinar o Assange não calaria a wikileaks ou dezenas de outros sites por ela, e iria acender o rastilho que faria explodir um movimento anti-americano global, poderoso e incontrolável. Comparado com internautas furibundos, o custo económico do 11 de Setembro (não estou a falar das vidas, mas apenas dos custos económicos) seria uma brincadeira de crianças.
Está tudo louco.
Para piorar ainda mais: dizem que este generoso opositor da pena de morte é "leftist". Começo a dar razão à minha avó, que desconfiava muito dessa gente de esquerda...
Que absoluto nojo! Selvagens... Mas esta "crise" das "WikiLeaks", ao menos, está a conseguir uma muito oportuna e claríssmia separação das águas, não tanto em termos políticos (já que as "WikiLeaks" são ideológicamente neutras), mas sim em termos essencialmente morais. E cada vez me convenço mais de que o papão do "anti-americanismo" é apenas um moínho de vento de alguns quixotes norte-americanos. Perigosíssimos, aliás, porque desprovidos de qualquer freio de natureza moral, como está à vista. Ao pé destas obscenas imoralidades, o "terrorismo islâmico" (um mito urbano cada vez mais estafado) até me parece uma coisa respeitável. Tolerância ZERO com esta gentalha e quem lhes dá voz, é o meu lema! É inquestionável que o Mundo viveria bem melhor, com muito mais Paz, se nunca tivessem nascido.
E ter o descaramento de fazer passar este animal por um tipo de "Esquerda" é mesmo matar dois coelhos de uma cajadada, pois. A terrível força da Propaganda de massas! Ai, Göbbels, Göbbels, nem tu sabias como irias fazer "escola" do outro lado do Atlântico (e como tudo está tão admirávelmente previsto no fabuloso «Regresso ao Admirável Mundo Novo»...).
vá, vá, A.Castanho, nem tanto ao mar...
Muito antes da wikileaks já a gente sabia como alguns americanos são. Alguns. Aquela sociedade está cada vez mais dividida, não sei onde irão parar.
E tu achas que o terrorismo islâmico é um mito urbano?!
Claro que sim, ou melhor, é um poderosíssimo mito comunicacional da propaganda oficial pró-americana! O chamado "terrorismo islâmico" é um manto semântico que encobre as mais diversas realidades e nada significa em concreto. Eu, pessoalmente, temo tanto o "terrorismo islâmico" como as cruéis "máfias" russas, a verdadeira máfia (siciliana) e também a camorra (napolitana), os temíveis cartéis da droga brasileiros ou colombianos, o incomensurável poder das indústrias farmacêutica, da Energia e do armamento, a absoluta falta de ética de Wall Street e, de um modo geral, todo e qualquer tipo de terrorismo, incluindo o de Estado (tantas vezes o mais mortífero de todos, como no caso de Israel)...
Tenho um amigo aqui de Lisboa que visitou Teerão em trabalho, em Setembro de 2 002, com a Mulher (fotógrafa), ambos gente nova, informada e esclarecida, que ficaram boquiabertos com o que viram na praça central de Teerão na noite de 10 para 11 (cumpria-se um ano sobre os atentados): uma multidão anónima em vigília, pelas vítimas das Torres Gémeas, com velas e orações genuínas! E eu confesso que também fiquei impressionado com o seu relato, objectivo e desinteressado. Não encaixava na narrativa que diária e sistemáticamente nos vendem como a "realidade actual". Assim como quando soube que as imagens de júbilo de "palestinianos", mostradas logo na noite do 11 de Setembro nas principais televisões americanas, tinham sido fruto de uma reles montagem. E igualmente quando um nova-iorquino, que conheci aqui em Portugal logo em Outubro desse ano (e que dizia ainda sentir nas narinas o odor acre, insuportável, que empestava por esses dias o ar de Nova Iorque), me contou que as únicas manifestações de júbilo (tonto...) que soube com certeza terem existido aconteceram em alguns Bairros suburbanos de... Nova Iorque!!!
Mas aos grandes poderes instalados interessa sempre criar o pavor generalizado e acrítico, para melhor manipular. Hitler e Salazar com o Comunismo, Estaline com o Imperialismo capitalista, Somoza e Pinochet com o Castrismo, Bush com o "radicalismo islâmico". Mas depois fazia alianças militares com as oligarquias árabes e a monarquia saudita e, pior do que isso, acordos de "comodato" com a riquíssima Família... Bin Laden! Não, Helena, já não tenho idade para crer nestes Pais Natais...
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