Via jugular (este excelente post da Fernanda Câncio) chego a outro, clarividente, escrito em 2007 pela Shyznogud: os Justiceiros.
Ambos imprescindíveis.
Também Laurent Joffrin aponta um elemento importante (via Público):
"Transparência, transparência... seria a lei e os profetas?", interroga-se Laurent Joffrin no editorial de Libération. "Num mundo atravessado por conflitos violentos, o Estado não pode agir sob o olhar instantâneo da opinião. Tem o direito de conservar os segredos de defesa e discutir discretamente com os aliados ou com os adversários.
Conclusão de Joffrin: "Mesmo a democracia mais aberta e preocupada com os direitos humanos tem necessidade de um Estado. É um paradoxo ver o WikiLeaks só atacar as democracias, deixando de lado as ditaduras mais opacas e repressivas. E é reconfortante ver que as conversas secretas das grandes democracias são no fundo pouco diferentes do seu discurso público".
Quanto ao contraditório: este texto, entre outros.
Não me vou dar ao trabalho de traduzir a justificação do Spiegel, porque é sempre a mesma coisa (também se encontra em francês, inglês e espanhol): o wikileaks é mau, mas nós, os jornalistas, sabemos muito bem o que estamos a fazer e temos o dever de informar (e quem vier atrás que feche a porta, acrescento eu).
2 comentários:
As justificações dos jornais q publicaram a coisa são mais patéticas do q isso, Helena. No Le Monde, por exemplo, e como escrevi noutro sítio, o q é dito é "Nós publicamos, achamos q fazemos merda mas, ao contrário da Wikilieaks,
somos pessoas de bem e responsáveis... é ou não isto q está escrito?"
Cfr: http://www.lemonde.fr/international/article/2010/11/28/pourquoi-le-monde-publie-les-documents-wikileaks_1446074_3210.html
Pois...
O Spiegel diz que pesou o interesse de informar com o interesse de manter certas informações secretas. Mas depois foi por ali fora no melhor estilo das comadres "sabes que fulana disse que o teu home...?"
Também tiveram imenso cuidado a averiguar a veracidade do material (parece que foram 50 jornalistas a trabalhar meses e meses) e a avisar previamente os colaboradores e informadores.. Fiquei muito mais descansada.
Por outro lado: se não fosse o Spiegel, era o Bild - e o tratamento do material seria ainda mais rasca. Até que ponto é que podemos esperar que um jornal deixe escapar esta sensação em nome dos princípios?
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