Via Tribo de Jacob, excerto de um texto de Mary Anne Stilwell d’Avillez publicado na Agência Ecclesia:
A 16 de Setembro o Papa Bento XVI chega a Edimburgo, na Escócia, para a primeira visita de Estado de um papa ao Reino Unido; a visita de João Paulo II em Maio de 1982 foi uma visita pastoral. (...) Nenhum católico foi chefe do governo e é proibido por lei o casamento de um herdeiro ao trono com um católico, pois ainda existe entre alguns a suspeita de que a sua lealdade ao Vaticano teria mais peso numa decisão de Estado do que a sua lealdade à pátria. Tony Blair, ex-primeiro-ministro do Governo Britânico, só se converteu ao Catolicismo depois de sair do poder embora fosse regularmente à missa com a sua mulher e os seus filhos, todos católicos.
É difícil para um católico português compreender o que foi ser católico em Inglaterra até há poucas décadas. Segundo o censo de 2001 há 4.2 milhões de católicos no Reino Unido, cerca de 8% da população, muitos descendentes de irlandeses que imigraram no sec. XIX quando se deu o Acto de União entre Inglaterra e a Irlanda. Este número aumentou nos últimos anos devido à entrada no país de um grande número de polacos. Mas durante séculos a população católica resumia-se a várias famílias denominadas recusants por se recusarem assistir aos serviços religiosos anglicanos. Maioritariamente viviam no norte do país e, até princípios do séc. XIX, eram perseguidos, multados, acusados de criminosos e alguns martirizados. Vários seminários, financiados por estas famílias, foram fundados na Europa continental um dos quais em Lisboa, o Colégio dos Inglesinhos, no Bairro Alto, que só fechou em fins do século passado. Os padres formados aí voltavam clandestinamente para Inglaterra e viviam escondidos. Membros destas famílias casavam entre si e, sendo esta a minha herança materna, ouvi sempre durante a minha juventude “Tens que casar com um católico. Temos que manter a fé.” Do lado paterno soube que o meu bisavô tinha sido deserdado por se ter convertido ao Catolicismo. No grande hospital londrino onde tirei o curso de enfermagem só no fim dos anos sessenta foi permitido a uma católica ser chefe de serviço. Até à data da Emancipação Católica em 1829, a missa era celebrada na clandestinidade.
O texto integral pode ser lido aqui.
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