Depois do mais longo inverno de que me lembro (excepto o verão em San Francisco, ahahah, que engraçadinha estou hoje), chegou o sol. Lindo. Assumido. Como se fosse o mais normal do mundo entrar-nos pela casa dentro sem rodeios. Já nem me lembrava de como é ter tapetes de sol espalhados pelo chão.
Grande azar. Agora vê-se demasiado bem o sujo nas janelas.
E as visitas a chegar para a grande festa no próximo sábado.
Ai, que vou passar uma vergonha. A não ser que o Joachim lhes sirva o seu célebre mojito ainda na cama, a ver se já não vêem bem quando descerem para o pequeno-almoço.
- E porque não as limpas, Heleninha?
- Estão doidos? São mais de oitenta. Mais depressa mudava de casa...
E cá vou eu, a caminho da loja dos vietnamitas, para comprar quantidades industriais de menta.
11 comentários:
Oitenta janelas? Isso requer um volume de criadagem semelhante ao que existia no Palácio de Queluz antes da fuga da família real para o Brasil.
Criadagem, dizes tu, Paulo?
Pois como dizia o outro:
Ce type d'état, c'est moi.
que é como quem diz:
O vidro é a minha profissão.
(Para eu não estar a gastar trocadilhos em vão: alguém aqui é do tempo daquela série "o risco é a minha profissão"?)
Mas pronto, vou contar toda a verdade: não são bem oitenta janelas. São janelas antigas, duplas, com vários elementos. Uma janela normal dá logo oito vidros para limpar. Na sala de estar são 16, na de jantar são 32, etc.
Já te contaram que os alemães são super-eficientes? Uma vez por ano chamo um garboso jovem que passa uma manhã de sábado a limpar isto tudo. A corte portuguesa havia de empregar alemães, com o dinheiro que poupava atá conseguia sustentar um exército capaz de fazer frente ao Napoleão, e não precisava de fugir para o Brasil e chegar lá todos cheios de piolhos, e fazer a novela do Édipo no Ipiranga, e assim.
(Mais um contributo da famosa
Helena Araújo, Delírios Históricos, Lda.)
(Eu sou desse tempo, sim. Da série, digo, não da fuga da etc.)
A propósito, o que eu gostava era de ter janelas de guilhotina. Bem sei, têm muitos vidrinhos, mas podia sempre chamar um garboso jovem alemão para as limpar de vez em quando.
Janelas de guilhotina são lindas!
Os teus alemães do autopluma não limpam janelas?
;-)
Não é coisa que apreciem.
Esquisitinhos...
É um povo muito estranho.
;-)
(moi, acabando de acordar, com uma estúpida de uma dor de cabeça, a aranjar lastro para me agarrar às alegações que têm de estar prontas amanhã e com uma pena danada de não estrear a praia, mortinha de riso e a ler em voz alta o post e os comentários que antecedem ao belo Perseu, explicando-lhe que o 2dedos não só é o blogue da semana, como é o blogue. ponto.)
O que eu gostava de ter janelas de guilhotina, no oeste.
O que eu, na era antes de perseu (a.p.) entenda-se, teria dado para ter um garboso jovem alemão a limpar-me as janelas.
O que eu não daria para saber como é que se faz um bom mojito.
A culpa não é minha, io!
O Paulo é que começou!
;-)
Não precisas do garboso porque agora tens o Perseu, e ele limpa-te as janelas?! Ena, isso é o que se chama sair-te a sorte grande no amor. :-)
Quanto ao mojito: quanto estarias disposta a pagar para aprender a fazer? Acho que por uns cento e cinquenta euros já se arranja: para a passagem da easy jet.
O resto va de soi.
Podes vir agora mesmo, acabei de limpar e arrumar tudo!
Aqui entre nós, as janelas de guilhotina sao os pauzinhos chineses da arquitectura: sao muito menos práticas e cumprem muito menos funçoes, mas nós gostamos porque nos aproximam de uma cultura (no caso uma que até foi a dos nossos avós). Mas esta rapariga que vos escreve e já teve de limpar muitas dezenas, desempenar outras tantas e desesperar face à impossibilidade de as abrir de par em par, sempre vos diz que uma faca e um garfo, ie uma janela das alemas, é que é. Já lá dizia o Kohl.
(embora a maioria das nossas janelas de cidade sejam igualmente tontas e impossíveis de abrir de par em par)(nao percebemos nada de janelas)(tu disseste uma vez por ano? Nunca mais faço limpezas antes de te receber ;))(bolas, já nao fazia)
Eh valente! As mais de oitenta janelas também?
Io, já estou no metro a caminho de Alcochete.
Rita,
uma vez por ano, as janelas. O garboso jovem é caro.
Paulo,
as janelas, não.
Enquanto o garboso não vem, o Joachim vai fazendo mojitos.
(nem queiram saber a quantidade de vezes que hoje já escrevi garvoso. Talvez o Freud explique porque é que eu começo a trocar os bb pelos vv quando penso no limpador de janelas)
(se o meu marido lê isto, estou perdida: com a fúria, bebe ele os mojitos todos, e eu depois envergonho-me porque as visitas reparam no estado das janelas)
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