16 maio 2010

Sophia e Jorge de Sena

Estou a ler agora a Correspondência entre Sophia e Jorge de Sena – sim, eu sei, o livro já não está propriamente quente do prelo –, e ando fascinada. Pela descrição daquele ambiente de claustrofobia e pequenês portuguesa e dos joguinhos dentro da esquerda, pela referência às dificuldades quotidianas que atrapalhavam a vida de dois génios, pelas críticas literárias mútuas, pela profunda cultura que revelam. Pela frustração que acusam no pós-25 de Abril.
E também pelo modo como Sophia fala das viagens que faz.

Se tivesse o material disponível, era isto que faria: um guia de viagens pela pena de escritores portugueses. (Pensando bem, esta ideia já a teve o Instituto Português de Turismo, ou instituição semelhante, há mais de vinte anos. Vou procurar o meu exemplar, há-de estar para os lados daquele Neruda que tenho de devolver ao Chico Buarque.)

E um dia farei isto: uma viagem à Grécia, guiada pelo poemas de Sophia.

9 comentários:

António P. disse...

Boa noite Helena,
Nada ver com o seu post, mas fico à espera do café no Águias de Ouro quando por lá andar em Agosto.
E fica um convite lá na minha tasca.

E acho boa ideia uma visita à Grécia e guiada por por Sophia ainda será melhor.
Uma boa semana

Helena Araújo disse...

Combinadíssimo!
:-)
Eu vou andar de 5 a 12 para os lados de Estremoz e Boa Fé (tem lá uma igreja linda - conhece?).

Ant.º das Neves Castanho disse...

A Grécia deve visitar-se de preferência tendo por guia todos os nossos sentidos, o que quer dizer deixando a poesia e o intelecto em geral mais descansados para outro tipo de viagens, como por exemplo a Berlim...

Ant.º das Neves Castanho disse...

Ah, mas tu tens também aqui "isto"? E como é que eu adivinhei que eras tu e vim cá ver, só pelo teu comentário no "Jugular" sobre as retrosarias?!! Por causa do nome, claro, e da "Kurzwarengeshäft"...


Olha, não digas nada a ninguém, mas eu por lá ando anónimo. Sou o Marcelo do Souto...


Beijinhos e até qualquer dia, por aqui, ou por algum dos "meus", se apareceres...


M. Alves.

Ant.º das Neves Castanho disse...

Já li outros artigos e gostei muito. Não vou é ter tempo para comentar, mas o tom geral é de grande inteligência e refinado humor, como é muito raro por aqui na blogosfera. Fica-te bastante bem esse estilo...


Até breve,


M. Ant.º Castanho Alves.

Ant.º das Neves Castanho disse...

E esse livro da correspondência deve ser bem interessante (e o tal diário dos resistentes berlinenses do Tio Emílio, esse então era bem capaz de me levar ao divórcio, ao despedimento, ou à perda da custódia dos miúdos, por negligência dos cuidados básicos...)!

Helena Araújo disse...

Então, M., apareces-me aqui pintado de Castanho? Nunca na vida te reconheceria!
Obrigada pelos elogios (costumo dizer "pelos exageros", mas já me vou cansando...)
O livro de correspondência é um autêntico "must" - tens de ler. Além disso, é em português.

O diário berlinense também é extremamente interessante. Mas o melhor é deixar os pequenos crescerem um pouquinho mais, era pena meteres-te em sarilhos por causa disso. E já lá vão 70/60 anos - mais uma década menos uma década, agora, não faz diferença.

Depois mandas-me em privado os teus endereços?

Ant.º das Neves Castanho disse...

Ok, mas olha que são tudo coisinhas muito artesanais, que não tenho nem o teu talento, nem tempo suficiente para estas "brincadeiras"...

Helena Araújo disse...

Pois não deves ter, não.
A gerir tantos heterónimos, não te deve chegar o tempo para mais nada!
;-)