Sempre que posso vou ao célebre lunch concert na Filarmonia: no belo foyer do edifício, música de câmara, intérpretes excelentes, e gratuito.
Na terça-feira passada estavam a tocar Haydn e Schostakowitsch. O programa louvava o violinista, Wei Lu, um génio descoberto por Anne-Sophie Mutter, aluno de tudo o que é sumidade violinística do nosso tempo.
Mas ia tocar Schostakowitsch, e eu, que não tenho nada contra russos, resolvi (não sei porquê) que depois do Haydn ia à minha vida.
Bem: não fui. Wei Lu tocava Schostakowitsch como se fosse música. Ou melhor: mostrou-me que Schostakowitsch (é claro que estou a escrever o nome com cut&paste, escusam de ficar admirados por eu já ter acertado cinco vezes seguidas) faz coisas muito boas.
Estava convencida (não sei porquê) que ele fazia daquelas coisas que nunca se sabe se a orquestra já começou ou se ainda está a afinar os instrumentos. Nada disso: começa assim, nota-se logo a rrrussische Seele, a alma rrrussa.
Moral da história: da próxima vez que quiser decidir em que parte do concerto abandono a sala, devo consultar primeiro o youtube, grande desfazedor de preconceitos (é ele, e o Wei Lu).
13 comentários:
Hmmm... Há quem prefira Shostakovich ;-) Na dúvida, pode-se fazer copy&paste do russo :-P
Isso se calhar são os que se enganam?
;-)
Ou mesmo Chostakovitch. O que vale é que é à vontade do freguês. Mas, Helena, experimenta também isto.
Maldito relativismo!
Já nem no cut&paste se pode confiar.
;-)
Paulo, já lá vou. Mas antes disso um encontro com Norman Foster (este ao menos tem um nome que resiste a todas as modas!), e temo que não me chegue o tempo para os apericaltamentos básicos.
...que é como quem depreende: lá estou eu outra vez de pijama ao computador, em vez de ir à minha vida.
Sendo hoje outra vez terça-feira, o que havia na ementa?
Hoje não pude ir, mas a ementa era assim:
Lunchkonzert:
Di 4. Mai 2010 13 Uhr
Philharmonie Foyer
Adele Bitter Violoncello
Gergely Bodoky Flöte
Sabine Erdmann Cembalo
»I Mascalzoni besuchen Berlin« Werke von Johann Sebastian Bach und Carl Philipp Emanuel Bach sowie zwei Flötensonaten der Berliner Schule Eintritt frei
Parecia-me apetitosa. E a paparoca propriamente dita? Eu, desde que não me ponham uma Eisbeinsülse à frente, não sou muito esquisito.
Hoje almocei na FU (Freie Universität): 3 costelas de borrego grelhadas, com feijão verde, batatas fritas e salada, por 5,45 €. Não estava nada mau.
Na semana passada, o catering da Filarmonia tinha um gratin de espargos, delicioso, também por 5 €.
(Se quiseres, depois explico-te como é que fazes para almoçar bem por relativamente pouco dinheiro nas cantinas universitárias. Mas a verdade é que Berlim está cheia de restaurantes com "almoço business" a preços inacreditavelmente baixos. Pensando bem, não vale a pena ir às cantinas universitárias.)
Olha que a famosa "cimeira de blogues" comeu essa Eisbeinsülse em Erfurt, e gostou. Ou disse que gostou...
Ups! Não lhes mostres isto, então. Eu só comi uma vez (aliás, nenhuma), em Dresden. Pensava que era uma maneira gira de comer Eisbein, mas não fazia ideia do que se tratava.
Paulo: às tuas ordens!
Miguel: atenção!
Não leias o antepenúltimo comentário (a contar antes deste).
Paulo: se queres que te diga, também não sabíamos, quando encomendámos.
Para mim, a pior Sülze de todas é aquela de legumes, que se compra às fatias como se fosse fiambre. Só de olhar para ela, sinto uma espécie de horror dráculaniano.
Agora reparei no erro. Corrijo: Eisbeinsülze.
Viste que também escrevi o mesmo erro?
Não vais acreditar: porque não me apetecia mudar o teclado de português para alemão, fiz cut&paste da tua palavra!...
(lemingue é o meu middle name)
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