Hoje levei-o a Tegel
(aquele aeroporto, pasmem, onde se deixa o carro a dez metros do balcão do check in, e daí ao avião são uns trinta metros) (quem quiser vir apreciar este milagre que se despache, porque tencionam fechá-lo em dois ou três anos) (triste vida)
e a mala tinha 25 quilos. Ele explicou: medicamentos e material de cirurgia para uma caravana de médicos nos confins de Marrocos - mas a senhora não se deixou demover. Que tinha de tirar uns dois ou três quilos. E nós toca de abrir a mala ali à frente de todos, e o Joachim toca de escolher os medicamentos eventualmente menos necessários, e mais os lápis coloridos que levava para os miúdos, e toca de meter na mala coisas leves que iam na bagagem da mão para ganhar nesta espaço para coisas mais pesadas (não contem este ardil a ninguém dos aeroportos, sff), e eu a pôr os medicamentos e os lápis em cima do balcão como quem não quer a coisa, a ver se a senhora se demovia. Demoveu: "sabe que pode levar duas malas de vinte quilos cada uma?" "não, não fazia ideia!" "vou-lhe dar uns sacos, e passa algumas coisas para lá, para poder levar tudo."
E toca de abrir a mala de novo, e passar para os sacos transparentes as coisas que em princípio não suscitariam muita cobiça, e toca de rearrumar a mala ali no chão à frente de todos, e de fechar o saco...
Um embaraço, mas nada que se compare com a figura que fizeram as nossas malas quando fomos morar para os EUA: para poder levar o mais possível, sem perder com as malas algum do precioso peso disponível, meti as coisas em sacos da IKEA. Saco cheio, pegas atadas, segundo saco sobre este, de cabeça para baixo, pegas atadas, terceiro saco para dar estabilidade à coisa, pegas atadas. Em vez de vários quilos de malas, uns gramitas. Hehehe. O Joachim é que ia pelo aeroporto a fazer de conta que não nos conhecia, enquanto eu empurrava o carrinho onde iam aqueles estranhos pacotões azuis.
Mas eu às vezes não sou rancorosa e por isso hoje ajudei-o a passar pequenas embalagens de lápis de cores de um lado para o outro, no meio do aeroporto.
E agora é esperar até que ele telefone e diga "a mala, o saco transparente e eu chegámos sem problemas".
E agora, se querem saber o truque de Tegel, é assim:
(foto tirada daqui)
Os carros que vão para o terminal A passam por um túnel para aceder ao centro do anel. Do lado de dentro estão os carros, do lado de fora os aviões. Entre ambos, umas escassas dezenas de metros. Porque é que não fazem todos os aeroportos assim?
8 comentários:
Quando me cancelaram os voos de regresso da Polónia a solução foi apanhar o comboio para Berlim, e na manhã seguinte o avião de Tegel. Achei esta alternativa muito simpática. Dêem-me aeroportos pequenos sempre, bitte!
Aaaaah,
enfim, alguém que me compreende!
;-)
Voou do terminal A? Acho-o fantástico!
Não trocava um Tegel nem por 2 aeroportos Francisco de Sá Carneiro.
(Tanto mais que não me consta que "Tegel" tenha sido alguém que morreu num acidente de aviação...)
E nem por 200 Portelas. Anda-se que é uma loucura.
Por outro lado, esta solução seria incompatível com o movimento de um Frankfurt, por exemplo. Para muito movimento e voos de ligação seria impossível.
A ver como ficará o que estão a terminar na zona do antigo de Berlim Leste, Schoenefeld.
Era uma vez também voei para Tegel. Cheguei lá e fiquei estupefacto com o aspecto de aeroporto de brincar. E em vez de esperar pela mala, foi ela que esperou por mim. Um luxo.
E quando vai ser outra vez, Paulo?
Eles querem-no fechar! Já fecharam Tempelhof, agora este.
Estou realmente curiosa para ver como fica o aeroporto novo.
Há-de ficar bonito, mas ainda hei-de voltar a aterrar em Tegel. Tu não me tentes muito.
E por falar em aterrar, as malas e mais o Joachim já aterraram em Marrocos?
Tento, tento, hehehehe.
Sabes que o Winston Marsalis compôs uma peça para a Filarmónica tocar agora no dia 12 de Junho, para um bailado de miúdos das escolas berlinenses? Os bilhetes custam 8 euros, para ver isso tudo e mais o Rattle a desunhar-se com a sua orquestra e mais uma de jazz.
Hehehe
Quanto às malas: sim, aterraram todos bem e ao mesmo tempo, e não faltavam lápis de cores nem nada.
Vou fazer contas... 12 de Junho, deixa ver...
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