A Joana Lopes lembrou-se de mim para uma cadeia de poderosas.
"Lembrou-se", viram? Não escrevi "pensou em". Isto deve ter sido uma coisa que lhe aconteceu sem querer, dizem que Freud tem explicações para tudo, pode ser que também explique esta, mas agradeço na mesma: obrigada, Joana! Foi uma grata surpresa.
Ainda não continuei a corrente porque, à uma, não gosto de continuar correntes, e, às duas, ando há uma semana a pensar porque é que sou poderosa. Às tantas, queriam dizer"porosa"? Sim, que a idade não perdoa, e os ossinhos...
Ou Ponderosa? Talvez, mas parece que esta é uma cadeia onde menino não entra, e o que mais havia em Ponderosa era meninos. A propósito: fecharam o rancho perto do lago Tahoe em 2004. Estava a ter cada vez menos público. De onde se tira uma primeira lição de humildade: o teu poder depende dos outros.
Voltando à vaca fria: uma cadeia de poderosas, onde menino não entra. Triste vida: para que me serve então o poder, se não há nenhum homem por perto?
(Coitado do Freud, hoje não lhe dou sossego. O melhor é desarriscar este comentário. O vinho do jantar estava óptimo, não vos digo nada.)
(Coitado do Freud, hoje não lhe dou sossego. O melhor é desarriscar este comentário. O vinho do jantar estava óptimo, não vos digo nada.)
Enquanto matutava, dei-me conta de que, talvez por erro de análise ou preconceito, associo o adjectivo "poderoso" ao mundo masculino. Pensei logo no "homem Sonae" e estereótipos assim.
(alguém se lembra da revolução que foi o "homem Sonae"? Ou é mais um caso para o Freud?)Em todo o caso: esta semana tenho andado a pensar se sou poderosa e porquê. E está-me a correr mal, porque tenho filhos adolescentes. Só quem passa por isso sabe de que espécie de impotência estou a falar.
Mas hoje aconteceu-me um daqueles momentos que iluminam o dia.
Entrei no pomar dos vietnamitas aqui do bairro. Estranhei o cheiro intenso espalhado por uma vareta aromática que ardia junto a um Buda. A dona da loja estava ao telefone, e eu deixei-a falar enquanto ia aviando a minha lista de compras. Finalmente ela desligou, contou-me que tinha estado a falar com a família no Vietname porque hoje é dia de Ano Novo, e acrescentou que o ano dela ia ser muito bom porque no dia de Ano Novo eu entrei na loja dela a sorrir.
E agradeceu.
Agradeceu!
Ora bem: quando uma vietnamita te agradece porque arranjaste de o ano que lhe está agora a começar prometer vir a ser bom, isso é, tã tã tã tããããã, ser poderosa!
Por isso, cá vamos ao trabalho:
- colocar o selo - já está
- pôr o link de quem me indicou - já está, com muito prazer
- completar a frase "sou poderosa..." - falta fazer
- escrever o nome de cinco poderosas, e avisá-las - falta fazer
Ora então: sou poderosa porque do meu nervus facialis depende o futuro dos asiáticos.
(Já ouviram falar daquela borboleta que agita as asas e depois não sei quê? Sou eu.)
E as cinco poderosas, cujo sorriso (que vi com estes que a terra, e tal) é capaz de inaugurar uma nova era de anos bons, são:
- a io
- a Rita Dantas
- a Snowgaze
- a Abrunho
(afinal são só quatro. No Verão vou ver se arranjo maneira de conhecer pessoalmente mais umas quantas, e depois completo a lista.)
10 comentários:
No teu lugar, passava a afinfar no vinho com mais regularidade, que fartei-me de rir com o que escreveste.
O mais cómico é que, mal li o título (títalo) me lembrei logo do mítico rancho :)
Ave Poderosa! :)
Minha poderosa amiga, ainda bem que nos sorristes neste início de ano: vai seguramente ser um bom ano para todos nós que não prescindímos de passar pelo teu canto diariamente e com ele, reflectir, pensar, interrogar, questionar e sorrir, sorrir muito e muito.
Sabendo-me não merecedora da distinção - eu, poderosa???? poderosa amiga??? - confesso que me acabo de ver metida numa grande alhada: isto de correntes, mormente correntes imerecidas é o cabo dos trabalhos. Mas que a atrapalhação não me impeça de te enviar um repenicado beijo e relembrando-te este meu fraco sorriso que nunca te larga.
Teresa:
:-)
e: às suas ordens, senhora! hics, perdão.
io,
tu, poderosa, sim.
Poderosa amiga, indubitavelmente (e, se não acreditas, inicio agora mesmo uma petição - parece que está na moda. Vais ver como em menos de um dia arranjo dezenas de assinaturas.)
Com um dos sorrisos mais incríveis que conheço.
és uma querida.
As meninas super poderosas - acho que é assim que lhe chamam no Brasil, na RTP eram as powerpuff girls - eram as heroínas do meu filho quando ele era pequenino. Feitas de "sugar, spice and everything nice" e o incrível químico x que lhe deu os super poderes, estavam sempre a "salvar o dia".
Estou convencida que a coisa mais poderosa do mundo é precisamente o sorriso. Abre portas, facilita a vida, põe-nos e aos outros bem dispostos.
Um beijinho.
Minha triste vida: contei hoje ao Joachim a história da vietnamita, e ele sorriu com admiração e disse "ela faz mesmo muito bom marketing!"
Minha triste vida. Adeus vida poderosa, adeus borboleta que não sei quê.
;-)
Snowgaze,
Querida, quais quê? Realista.
:-)
É verdade, o sorriso melhora a vida. Talvez seja a arma secreta dos não-poderosos.
Gostei da subtil diferença entre "lembrou-se" e "pensou em" mas não colhe. É que eu não deixo rasto mas passo muitas vezes por aqui - e portanto «penso» :-)
Joana,
:-)
Obrigada!
Eu desconfio que só respondo para a semana, porque estou cheia de responsabilidade no trabalho, que é o outro lado do poder.
Mas daqui até lá pode ser que o meu sorriso faça algum milagre para além de esconder uma borbulha horrível, que desaparece dentro de uma covinha sempre que sorrio. Na verdade, espero que até à semana que vem, a borbulha tenha desaparecido...
A questao do poder e' muito interessante. O meu poder e' multiplo: existe o poder dos meus labios e existe o poder dos meus olhos. Pelo menos ja entrei em discussoes com entes amados em que fui admoestada com as palavras 'nao me abras os olhos'. Infelizmente, sou incapaz de desintegrar materia com o poder do meu olhar. :)
Hei de retornar ao assunto, provavelmente noutros moldes nao esperados. :)
Buuuhhh
Enviar um comentário