Um europeu, homem bastante conhecido, organizou uma sessão privada de performance sexual em grupo. O azar é que alguém fez um vídeo, e este acabou por ser divulgado num orgão de comunicação social.
O homem, que tinha contratado umas mocinhas para lhe darem ordens em alemão, andava de gatas pelo vídeo, vestido com um pijama às riscas.
Foi um escândalo.
Não digo quem foi, nem em que país, porque me choca realmente a devassa da vida privada que este episódio representa.
Contudo, o caso em si é curioso, porque pôs políticos e juristas alemães a discutir seriamente sobre o episódio. E, se bem me lembro, não se preocuparam minimamente com a ofensa à língua alemã, mas com o problema da banalização dos símbolos.
O desgraçado acabou a ter de justificar-se em público pela utilização destes símbolos de terror e subjugação na esfera mais privada que existe, a das fantasias sexuais.
E lá veio ele dizer para os jornais que para o efeito pretendido (sons autoritários) o russo também teria servido, mas não conseguiu arranjar mocinhas russas, e que as riscas do pijama eram da esquerda para a direita em vez de ser da direita para a esquerda, ou seja, não tinha nada a ver.
8 comentários:
Interessante esse seu relato.
Às tantas esse senhor vai parar à “Adicção Sexual Anónimos”! : ) Parece ser a moda hoje em dia. Pedem desculpa a toda a gente e mais alguém, passam uns dias nesse “retiro”, saem e fica tudo esquecido...
Cumprimentos
Bem, antes de se ter sabido dos detalhes do pijama às riscas e assim, ele não parecia nada arrependido (e bem, acho eu). Disse que a sociedade tem de se habituar à ideia de que estas coisas existem, em vez de fazer de conta que somos todos super-puritanos.
A meu ver não se trata de ser ou não super-puritano. Embora a vida privada de cada um, deva ser isso mesmo, privada, há certas responsabilidades que uma pessoa deve assumir dependendo do cargo que ocupa. Um atleta, por exemplo, é, de uma maneira geral, um modelo para os jovens. E deverá comportar-se de forma irrepreensível. Ou um(a) professor(a) ou vou mais longe... um político. Por muito que se queira ter uma mentalidade aberta, no fundo, no fundo... alguns de nós continuamos a manter um certo conservadorismo. No caso a que se referiu, assumi, erradamente talvez, que se tratasse de um político. Pode, perfeitamente, ser um ricaço e, então...já não terá que justificar coisíssima nenhuma... : ) .. a não ser à família... ou esposa se a tiver...
Catarina,
já eu acho asqueroso que uma sociedade controle assim as pessoas que por algum motivo dão mais nas vistas, e que uma pessoa procure referências no exemplo alheio em vez de aprender a procurar dentro de si própria.
A referência dos jovens não é um desportista, é a educação familiar e social.
Um desportista deve ser um modelo de desportista, e não de moral. No campo do desporto, "exijo" que tenha um comportamento exemplar: fair play, bom desempenho, ausência de doping. Agora, se der facadas no matrimónio ou se participar em bacanais, não é comigo, e prefiro que a imprensa não fale disso.
Nem sequer aos políticos exijo que tenham uma vida sexual (ou familiar) "exemplar". O encurralamento que fizeram ao Bill Clinton foi uma vergonha.
Prefiro mil vezes o que acontece na Espanha, onde a imprensa não conta as facadinhas que o rei vai dando no matrimónio.
Exigir dos outros esse comportamento exemplar a todos os níveis da vida privada é ainda pior que o fariseísmo, chega a ser diabólico: exigir dos outros aquilo que eu próprio não sou capaz de fazer.
No caso deste homem: não sei se é casado, ou se a mulher fazia parte do evento. Era um pequeno bacanal privado, e é vergonhoso que tenha aparecido nos jornais. Nem que fosse o Presidente da República.
Ah, falta dizer mais uma coisa: acho que um político tem todo o direito de dizer "olha para o que eu digo, e não para o que eu faço na minha cama". Se estamos à espera de políticos que sejam a todos os títulos exemplares na sua vida privada, o melhor é ir buscar uma cadeira confortável, porque vamos ter de esperar alguns milénios.
O rei de Espanho dá facadas no matrimónio? Bolas!
Discordamos neste ponto, Helena, mas aceito absolutamente o seu ponto de vista. Reconheço que há exageros na forma como se interpreta o que não se coaduna com as tais normas de boa conduta (honestamente, não pretendo ser moralista) e que, hoje em dia, não há praticamente nada que não possa ser do conhecimento geral, o que se torna, invariavelmente, um grande constrangimento para a pessoa em questão e para a família (cônjuge, filhos...). Os media não perdem uma boa oportunidade para fazerem “grandes” reportagens – até à exaustão – de situações desse género.
Gostei de trocar ideias/opiniões com a Helena e ter-me-á como visitante assídua! : )
Se calhar não dá, se calhar estou aqui a confundir reis...
(um dia destes conto-te os pormenores desta não-notícia, mas em privado e longe do segredo de justiça, está bem?)
Mas se desse, a Hola não contava.
E gosto que seja assim.
Como aquele presidente que morreu nos braços da não sei quem, e ninguém falou disso. E o Miterrand que tinha aquela filha, e também não se falou. (Eh pá, estou a descobrir em mim uma certa tendência para gostar de franceses?... Deve andar por aqui um vírus, contaminei-me...)
Vê lá as horas: o evento no Frieidrichspalast começa às 20:15, mas o filme na Arte só começa às 20:40. Admito que gastem quase meia hora a entrevistar o realizador e a fotografar as estrelas do filme na carpete vermelha...
;-)
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