Para o Concerto da Filarmónica de Berlim na Waldbühne, em finais de Junho, é preciso levar:
- farnel (é que uma pessoa sente-se mal se não tiver para oferecer aos outros, naquele imenso piquenique partilhado)
- cobertores
- sapatos quentes
- impermeáveis e sacos grandes de plástico, porque o mais certo é serem precisos
- bilhetes para o concerto (com os quais também se podem fazer as viagens nos transportes públicos)
- binóculos (facultativo)
O concerto começa depois das oito, mas entra-se já às seis para arranjar um bom lugar, comer e meter conversa com os que estão ao lado. O ambiente é formidável. A música, excepcional como de costume. Com esta variante: acompanhada pelo vento nas folhas das árvores, pelo chilrear dos pássaros ao anoitecer.
No domingo passado, começou a chover no intervalo e só parou quase no fim. Desconfio que alguém lá no andar de cima não gosta muito de Stravinsky...
Na primeira parte: Tchaykowski e Rachmaninow. Aqui têm o final do concerto nº 3 para piano, de Rachmaninow, com o pianista Yefim Bronfman.
No youtube encontram os 3 filmes que antecedem esta parte - mas o que eu queria mostrar era a luz que se vê nos primeiros segundos, e o céu que anuncia tempestade.
Mal acabou o concerto para piano, o céu desabou. O anfiteatro encheu-se de guarda-chuvas coloridos, poucos arredaram pé. Stravinsky sob chuva copiosa. Aplausos menos sonoros que para o Rachmaninow, porque toda a gente tinha as mãos presas em sacos plásticos ou guarda-chuvas. Sir Simon Rattle: "desculpem, devíamos ter preparado I'm singing in the rain para o número extraprograma, mas só temos o pas-de-deux do Baile dos Cisnes". Tréguas da chuva, o público a sacar de velas mágicas. No fim, o já tradicional Berliner Luft. A música de muito menor qualidade que o ambiente. E o brincalhão do maestro a abandonar a linha da frente para ir tocar pratos.
No próximo ano volto - nem que chova!
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