Ontem fui votar.
Agradeço a todos os que não foram, porque ofereceram um peso especial àquela minha cruzinha. Até me senti importante e tudo. Umas duas vírgula cinco vezes mais importante.
A mesa de voto era aqui ao pé de casa. Num centro de terceira idade - muito simbólico, a gente ia votar e lembrava-se logo que é uma questão para o nosso futuro.
Como partilho a esquina (salvo seja) com o ministro-presidente de Berlim, imaginei que o encontraria lá.
O simpático rapaz à mesa da entrada leu o meu nome completo sem solavancos nem hesitações. É brasileiro?, perguntei surpreendida. Sou alemão, brasileiro e português - o meu pai é português, foi a resposta.
Ah, que giro e tal.
Foi aí que apareceram os meus vizinhos do segundo andar, muito afáveis e sorridentes.
- Ah, também estão aqui? Eu bem sabia que havia de encontrar alguém conhecido - mas de facto pensei mais no Wowereit...
- Esse já cá esteve, atalhou o da tripla nacionalidade.
- E sabia em quem votar, você perguntou-lhe?
- Parece-me que sabia, sim, foi muito sem hesitações, muito rápido.
Rimos todos, votei, entreguei o voto, agradeceram-me por ter votado, ora essa, eu é que agradeço o serviço que nos estão a prestar.
Era só para dizer que gostei muito do ambiente naquela salinha das minorias.
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