12 maio 2009

escolhas editoriais

Ontem ouvimos na rádio que quase houve um amok numa escola perto de Bona.
Uma miúda de 16 anos entrou na escola com uma mochila carregada de cocktails molotov, uma pistola de gás, várias facas e uma carta onde, alegadamente, explica os seus motivos.
Na casa de banho cruzou-se com outra aluna, atacou-a com uma faca, e em seguida fugiu.

Na breve notícia na rádio, a polícia falava em "vagos indícios" de um atentado amok, e que as investigações estavam no início ("vagos indícios", hehehe, quando se trata de uma mochila cheia de coktails molotov - é muito engraçado).
Notícia seguinte.

Em casa, assistimos ao noticiário das dez da noite. Da meia-hora do noticiário, quase 15 minutos foram sobre a visita do Papa a Israel

-- e é que não é para menos, se um alemão com esta visibilidade vai a Yad Vashem. Além disso, talvez por terem metido tanta água da última vez que citaram o Papa, passaram o discurso feito por ele. As frases completas, ora nem mais. Também entrevistaram em directo a presidente do Conselho Judaico Alemão, que continua muito desapontada com o Papa, e foi um bocadinho polémica, e falaram outra vez de responsabilidade e anti-semitismo --

mais alguns minutos de Política, mais Afeganistão, mais Bolsa.
E acabou-se o noticiário, sem falarem do amok de Bona.
O que está bem, porque a Polícia só tem "vagos indícios" para relatar, e não há tempo para gastar com especulações. (Embora o pior que há em mim estivesse a pedir isso mesmo daquele noticiário...)

Só vos digo que é muito agradável viver num país onde os serviços informativos funcionam assim.

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