15 maio 2009

descubra as diferenças

Para comparar e tentar encontrar as diferenças:

I.
Este texto.


II.
E este:
Um casal teve uma filha. A mãe ficou em casa com o bebé, e saboreou intensamente cada dia.
Quando a criança fez um ano, falaram sobre um segundo filho. A mãe disse: "ok, e eu fico em casa até o segundo completar dois anos e meio. Os últimos seis meses do período de protecção à maternidade
[na Alemanha é até o filho mais novo fazer três anos]
serão feitos por ti, para eu poder voltar ao meu trabalho, reentrando em cheio e sem qualquer preocupação de horários."
Quando o filho mais novo completou dois anos e cinco meses, ofereceram ao pai o lugar mais cobiçado da empresa.
O pai disse ao empregador: "fico-lhe muito grato, e terei todo o prazer em fazer esse trabalho, mas só daqui a sete meses."
O empregador: "Este trabalho é incompatível com uma licença de maternidade, tem de começar já."
O pai respondeu: "Já, não posso. Só daqui a sete meses."

Deram-lhe o lugar.
Mas também o podia ter perdido. E depois?

(O meu marido viu tudo isto, e ficou cheio de pena de não ter tido a mesma ideia na altura em que o podia ter feito. Agora é tarde para voltar atrás, e tirar seis meses de licença para ver os filhos crescer.)


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I.
Este desenho, de uma capa de revista sobre aniversários de crianças.





(foto tirada daqui)



II.
Esta fotografia, de um aniversário de crianças.



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Sinceramente: acho muito bem que se proteste.
Mas talvez fosse melhor começar a mudar na própria família.
O pai também tem o direito e a responsabilidade de tratar da prole.
Se eles começarem a tirar algumas semanas para ficar com o bebé, se forem eles a faltar ao trabalho quando a criança está doente, se forem eles a reduzir o horário de trabalho, por exemplo, os empregadores vão-se habituar à ideia de que uma mulher em idade fértil não é uma funcionária muito mais complicada que um homem - e os homens até têm uma idade fértil bem mais prolongada.
Ah, mas nem pensar, os homens ganham mais? Pois ganham, é tudo muito injusto.
E têm trabalhos de mais responsabilidade? Pois que admiração...
Por onde é que se começa a mudar isto tudo?

...E depois, conheço famílias da classe média onde foi feita essa opção de trabalharem ambos menos para darem mais apoio aos filhos, e que por causa disso não têm carro. Tudo é possível, excepto - como dizia ontem a picheleira suábia - querer ter ao mesmo tempo a bretzel e o gelado de morango.

Adenda - talvez seja interessante revelar que o casal alemão referido acima tem os seguintes empregos:
Ela: terminado o ensino secundário, entrou para uma empresa onde foi fazendo uma "carreirinha" (conquistada a pulso ao longo de mais de uma década de trabalho sólido)
Ele: frequentou sempre as chamadas escolas de elite; concluiu o curso de matemática com a nota máxima; trabalha numa empresa que é uma espécie de hobby do seu proprietário, um desses modernos magnatas da indústria informática; o lugar em causa era o de chefe do departamento que se diverte a imaginar novos produtos de software.

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