...é esta. Só pode ser assim.
Parabéns, Miguel, já ganhaste!
***
A corrente sobre canções de amor que por aí anda deixa-me perplexa: ninguém se lembra da música brasileira?!
Agora percebo porque tive de vir casar à Alemanha.
Não é que o Joachim conheça muita MPB, mas é alemão, dá-se um desconto...
A exposição mais comovente que já vi foi no Rio de Janeiro, sobre a música de Tom Jobim. Tinha obras de arte plástica relativas a canções dele, que se podiam ouvir com auscultadores em frente à respectiva peça.
Não as obras de arte, não as músicas - a exposição estava pejada de momentos intimistas. Em frente a cada peça as pessoas ouviam, cantarolavam, uma lágrima corria pela face, um leve sorriso se abria. Recordações.
Uma das que me toca mais, e nem me foi cantada ao telefone, é a Luiza.
Ouço-a, e sinto-me quase como um cão que tivemos e que, ao lado do meu piano desafinado, se erguia todo a acompanhar, num desespero lancinante, um certo Beethoven (ou seria Schumann?) que eu tocava. Os meus irmãos riam-se "vê lá tu em que estado pões o bicho". Veja lá o Jobim em que estado me põe!
Nesta gravação a voz dele não está tão boa, mas foi a melhor que encontrei. Tem de ser o Jobim - com o Edu Lobo, a coisa não funciona tão bem.
(Além disso, vai com legendas em inglês, atenção especial para os portugueses que parece que só entendem o amor cantado em anglo-saxónico)
E se falo em desespero, olhem esta "Drão", cantada pelo Caetano Veloso e composta por Gilberto Gil.
Mas há também o amor cantado pelo Chico Buarque,
a canção "futuros amantes", com um certo toque de bandido (engana-me, que eu gosto):
o "amor barato", tão terra-a-terra:
a "valsa brasileira":
...e tantas outras.
Para terminar, mudo de continente. Aqui ao lado, na Catalunha, Lluis Llach a cantar "només per a tu" (vale a pena ouvir todo o disco, Maremar)
"...e hoje creio-me perto da plenitude
apenas porque é assim que me imaginas...
...e procurarei apenas para ti
com a ignorância de sempre
palavras ditas pelos amantes
desde o nascer dos séculos.
E pelo engano do meu amor acreditarei
reinventar a linguagem a cada gesto..."
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