24 novembro 2008
o bom selvagem
Fomos ver o filme "Bem-vindo ao Norte".
Rimos, rimos, rimos.
Saímos do filme bem dispostos, um pouco comovidos, e com vontade de acreditar no poder da amizade e do bem querer.
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Sim, há muito mais para dizer: que no filme é tudo gente boa, que não há estrangeiros, que é uma divagação kitsch para distrair os franceses dos seus problemas. Tudo isso, com certeza, mas também isto: o apelo a um olhar aberto, capaz de ver para lá dos preconceitos.
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Depois do filme, o nosso momento Ch'ti: sair do cinema Paris, na chiquíssima Ku'damm, e enfiar um gorro Tenson na cabeça, o mesmo que o protagonista do filme recebera para se defender das terríveis intempéries do norte...
Subir a Ku'damm a fazer figura de urso, e a rir.
Antes que me perguntem: é claro que o gorro é feito com imitação de pele. Muito bem feita, por sinal.
E agora pergunto-me eu: se como carne de coelho, porque é que tenho pruridos em usar um gorro com pele desse animal?
Entre o fundamentalismo ético e a doce irresponsabilidade dos consumos, cá vou andando ao ritmo de uma ética que parece "colada com cuspo"...
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