20 novembro 2008

comme l'eau qui coule

Devido a este post no baile da D.Ester (podem ir lá ler imediatamente, que é muito especial), voltei aos Carpenters.

Aqui vai a musiquinha, em versão karaoke, para o caso de também quererem cantarolar:




É por estas e por outras que reparo que já não tenho dez anos. Nem vinte.

Por estas, e por me dar conta que em algum momento cheguei a uma bifurcação: eu decidi avançar por um dos lados mas o meu corpo seguiu na outra direcção.
"Este corpo que me carrega" dava um bom título para um blogue - fica prometido, começo quando me tornar hipocondríaca.

Recentemente ouvi alguém criticar aquele hábito de nos desejarmos "muita saudinha", porque criamos ideais de vida que nos aprisionam e nos tornam mais difícil aceitar a realidade. Fez-se-me luz: é bem verdade que mais vale rico, saudável e feliz que combinações aleatórias com os seus contrários, mas valerá a pena gastar energia a sonhar poder fugir à vida tal como ela é?
Por outro lado, fico a pensar: vê-se que o filósofo que recusa a importância da saudinha nos lugares comuns dos nossos votos não conhece o sistema nacional de saúde português...
Sim, eu sou do tempo em que era importante ter uma leira de reserva para poder vender em caso de doença.
Ora aí está mais uma acha a acrescentar às por estas e por outras que já lá tenho.

Pois é: ainda não vai longe o tempo em que me imaginava como alguém que se ia cumprir no futuro. "Quando for grande...", dizia-me eu. Mas um ano destes olhei de relance por cima do ombro, e dei-me conta de que já existo há muito, com história e tudo!
Deve ser a isto que chamam crise da meia-idade, mas custa-me acreditar. A minha meia-idade anda sempre pelo menos dez anos à frente de mim.

Voltemos ao vídeo, de um concerto em 1974. Repararam na roupa da mocinha?
É só para corroborar a afirmação que fiz num post anterior: 30 anos é mesmo muito tempo!
Não são três décadas, são três eternidades...

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