23 setembro 2021

o preço da liberdade (2)

Há dias contei aqui sobre a dificuldade de arranjar uma sala para o meu coro com um tamanho que permita cantarmos todos juntos apesar de alguns não estarem vacinados.
Parece que encontraram uma escola que nos vai abrir as portas (aleluia! aleluia!). 

No entretanto ouvi uns zunzuns sobre quem poderão ser os não vacinados, e são pessoas de quem gosto muito. O que me provoca um curto-circuito nas emoções: por um lado gosto deles, por outro lado enervo-me muito com o que nos estão a fazer, e à sociedade em geral. 

Dava-me muito mais jeito que os negacionistas do coro fossem aquelas pessoas de quem não gosto tanto...



6 comentários:

Goldfish disse...

Creio que todos empatizamos (êta palavrinha horrorosa) com isso. Tive neste último confinamento um desgosto com pessoas de quem gosto muito a não pagarem à senhora que nos limpa semanalmente as casas. Isto sem terem perdido um cêntimo de ordenado. O jeito que dá que os "maus" sejam os "outros" e não os "nossos"...

Helena Araújo disse...

Isso, isso.
E também: de que matéria são feitos os afectos, que nos fazem continuar a gostar de pessoas apesar do seu comportamento pouco ético?

Unknown disse...

Se o comportamento é pouco ético (de acordo com as nossas normas de ética)...vale a pena para discutir ideias pelo menos. Agora que se vêem as pessoas com outros olhos...ai isso vêem...

Unknown disse...

Bolas o comentário foi anónimo: Claudia

Rita Maria disse...

Eis o meu conselho: pensa que podem ser um daqueles casos raros de pessoas a quem a vacinação está fortemente desaconselhada, acredita nisso com muita força e evita o assunto ao máximo.

(partilho o desgosto da @Goldfish acima, fiquei tão triste quando a nossa me disse que fomos os únicos que lhes pagámos)

Goldfish disse...

A questão que me dilacera (e eu não sou boa em diplomacia e muitas vezes não meço convenientemente as palavras) é como, quando, e em que termos discutir algo que me vem à cabeça de cada vez que estou com eles e em que sinto que vou ter de abrir a caixa de Pandora mais cedo ou mais tarde. Na realidade é a cobardia a falar, o receio de me desiludir de vez.