17 novembro 2017

"romantismo"

Ontem, na Enciclopédia Ilustrada, a palavra era "romantismo". Precisava de meter uma semana de férias para apreciar todos os caminhos que lá se abriram: Victor Hugo como pintor, Rachmaninov, música quase pimba, temas românticos, António Nobre, a "Révolucionaire" de Chopin acompanhada por um texto tão bom como a música, e muitíssimo mais.

Passo a vida a pensar isto, e é sempre - e cada vez mais - actual:
"Pudesse eu não ter laços nem limites
Ó vida de mil faces transbordantes
Pra poder responder aos teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes.”

Hoje a palavra é Saramago, amanhã não sabemos.

Só sei que precisava de meter todos os dias uma semana de férias, para saborear tudo e aprender muito com eles. :)

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Pequena amostra do trabalho dos estimados colegas:


"VICTOR HUGO PINTOR
Todos conhecemos a importância de Victor Hugo como um dos mais importantes autores e teóricos do #ROMANTISMO.
Já a sua obra como pintor é menos conhecida e, no entanto, muito original."





" #Romantismo|
E não me vou embora sem vos deixar aqui a minha peça favorita de Chopin, chama-se Révolucionaire, pois claro e, é fatal, traz-me lágrimas aos olhos.
É preciso lembrar que a Polónia é um país desde sempre rasgado entre os Impérios europeus e no fim do sec. XIX foi sujeita a três partilhas entre Rússia, Prússia e Áustria, que condenaram o país a desaparecer do mapa e o seu território a ser dividido.
Em 1807, ( parece que graças a Maria Walewska) Napoleão restabeleceu um Estado polaco, o Ducado de Varsóvia, mas em 1815, após as guerras napoleónicas, o Congresso de Viena tornou a partilhar o país. A porção oriental coube ao tzar russo, e era regida por uma constituição liberal. Entretanto, os tzares logo trataram de restringir as liberdades polacas e a Rússia terminou por anexar de facto o país.
Chopin como tantos intelectuais da sua época admirava Napoleão. E esta peça de 1831 ainda remete para o 'libertador' da Polónia.
Eu ouço-a sempre como um diálogo entre duas pessoas que se amam, ou um diálogo dentro de si próprio...em que o refrão é: tenho de ir, tenho de ir.
Ouçam são 2 minutos fabulosos."




"(...) que não falte o clímax do #romantismo, a cena de todos os arrepios. Com o bónus de podermos ficar a olhar para a cara da Ingrid Bergman enquanto o tempo passa."




"Der Wanderer über dem Nebelmeer (O caminhante sobre o mar de névoa), de Caspar David Friedrich, pintura que se diz encarnar a essência dos princípios da estética do #romantismo da paisagem: uma figura solitária contempla uma imponente paisagem alpina em cima de um pico rochoso, descrição a que hoje se acrescentaria: "empunhando um dispositivo que permite fixar o momento".
Mudam-se os tempos, mudam-se as estéticas, mas nem por isso as vontades mais profundas."





"
#Romantismo, além do sentido próprio no domínio da arte, é aquela ideia que conduz a esse estado nebuloso e açucarado em que homens e mulheres se permitem os maiores erros :-)
Um grande filme, da época em que os grandes filmes eram todos filmes românticos, foi o Breve encontro, ou "Brief encounter", como dizem os americanos... Com Trevor Howard e Celia Johnson, foi realizado por David Lean a partir de uma peça de Noel Coward. O filme tem tudo para ser uma xaropada movediça que se cola aos pés e aos dedos, e do qual não é possível escapar... Um amor impossível e Rachmaninoff do princípio ao fim...
No entanto, é salvo pela subtileza de David Lean. Subtileza e inteligência podem salvar até o mais romântico dos filmes... ;-)
Teve Óscar para melhor realização, melhor atriz, e melhor argumento adaptado. Viria ainda a ganhar o Grande Prémio em Cannes. A fotografia foi de Robert Krasker, que vai mais tarde ganhar um Óscar com o Terceiro Homem.
Houve dois remakes, que me lembre, desta história. Mas sem o David Lean..."



"quem me conhece sabe bem da minha paixão por esta música absolutamente deslumbrante.
isto é #romantismo puro e duro"




"Com #romantismo, não há nada a fazer: lie back and enjoy!
Temos banda sonora assegurada para dias a fio. Pela minha parte, gosto de tudo; mas do que eu gosto mesmo-mesmo, é do excesso, ou da sua encenação: tão encenação que deixa de doer, é puro deleite na dor-que-se-finge-ter.
Entre as prendas mais bonitas e comoventes que já tive na vida, conta-se uma noite de "canções de dor de corno", que um grupo de alunas e alunos brasileiros organizou para mim, aqui há uns dois anos. Só parámos de cantar de madrugada, quando a vizinhança ameaçou com a polícia (e isto na Alta de Coimbra, o que não é fácil 😄)
Ora digam lá se estes 3 minutos não são imbatíveis em deleite!"




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