28 outubro 2016

terras conhecidas



O Fox, esse autêntico português, adora desbravar terras novas. Um descampado que não conhece, uma floresta que ainda não percorreu, e é vê-lo feliz da vida, aos saltos e às corridas. Mas logo depois se desinteressa. Com o tempo, a alegria vai dando lugar a uma indiferença de quotidiano.

Por estes dias, ao passear com ele no lago, dou-me conta de que me está a acontecer o mesmo. Já nem levo a máquina fotográfica. Para quê? Tenho a sensação que a paisagem das minhas redondezas já deu todas as fotografias que tinha para dar. Mais nenhuma folha de Outono será novidade, nem mesmo se estiver debruada a gelo. Mais nenhuma ondulação no lago conseguirá surpreender ou encantar mais do que já surpreendeu e encantou.

Daqui a umas horas saio para os habituais quatro dias de Outono junto aos Alpes franceses, e levo a máquina fotográfica. Mas algo me diz que não a vou usar. Não sei que mais tirar daqueles montes e da luz das suas madrugadas.

Tanto melhor. Mais tempo sobra para as conversas com os amigos. Essas sempre novas, sempre renovadoras. 

Até já.

 

1 comentário:

kleineludwigecke disse...

Que saudades de todas essas cores de Outono, sobretudo dos amarelos torrados e dos verdadeiros encarnados. Diz-me o meu filho mais velho que por aí vive (mais concretamente em Basel) que lhe faz falta à luz que só por aqui, por Lisboa, existe. Enfim, confusôes entre saudade e bem estar...
Bem haja.
Luiz