29 março 2012

um navio abandonando os ratos

"Me sinto como um navio abandonando os ratos." (num discurso, em 1963)

Nunca soube pronunciar Millôr. Para mim, era o Melhor Fernandes.


Entrevista aqui (por Clarice Lispector). Biografia aqui. Colecção de citações aqui. Quando me morre um destes, é sempre a mesma sensação de perda: eu a contar os navios que me restam. E mais não digo, porque o sentido do ridículo acabou de passar por aqui a piscar-me o olho:


"A ocasião em que a inteligência do homem mais cresce, sua bondade alcança limites insuspeitados e seu carácter uma pureza inimaginável é nas primeiras 24 horas depois da sua morte." 

4 comentários:

Interessada disse...

Faz parte da natureza humana, e não deve melindrar ninguém.

Carlos disse...

E Millôr era um dos melhores...

Carlos disse...

Da entrevista, destaco esta resposta, que me comoveu (e com a qual, humildemente, me identifiquei):

«Nada me surpreende mais, por exemplo, do que ouvir dizer que sou agressivo. Porque eu me sinto a flor da ternura humana. Mas será que sou? De qualquer forma, há dentro da minha mais profunda consciência a certeza de que o gênio do ser humano está na bondade. Isso eu procuro.»

Helena Araújo disse...

Também parei nessa frase, Carlos.