Ontem à noite estivemos dentro deste filme, a ver durante uma transmissão em directo como trabalha a equipa que faz o Digital Concert Hall. Teve momentos geniais, como aquele em que o Simon Rattle entra na sala de concertos e o grupo grita em uníssono, feito fãs de equipa de futebol: "o Simon Rattle é o nosso herói, Simon Rattle forever!" e clap-clap-clap rítmico. Lindo. Ou o realizador a marcar com o pé o compasso da música, a mão a dançar no ar como se fosse ele próprio o maestro, cantando algumas passagens enquanto acompanha a partitura e estala os dedos para mudar o plano, as exclamações "bonito!" e "bem feito!" e "esta saiu-nos muito bem!". E também o "merda! não era isto que queríamos!", e as gargalhadas.
Duas horas magníficas.
No fim, a produtora explicou que estão a aprender, a inventar uma nova estética a partir dos meios reduzidíssimos que têm (as câmaras têm de ser o mais discretas possível para não incomodar os músicos e o público, os operadores não estavam habituados a trabalhar com câmaras robotizadas, etc.). Ou seja (e com licencinha, agora tenho de babar um bocado, e beliscar-me outra vez para saber se não sonhei): ontem assistimos a uma etapa da criação de algo muito novo no mundo da música.
Mas, para mim, o mais interessante foi falar com um realizador português sobre isso, e perceber como uma outra sensibilidade poderia ser um valor acrescentado para algo que já é excepcional.
8 comentários:
Confirmo. Eu também ainda estou a beliscar-me. A experiência dentro desse filme um dia depois de ter assistido ao concerto na sala da Filarmonia fica gravada nas nossas memórias. Simon Rattle forever.
Não tem nada a ver, mas gosto de perguntar a quem sabe: Helena, este artigo corresponde à realidade?
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=537025
está a dar uma grande polémica, e é desmentido nos comentários.
Fazer parte integrante de algo é fantástico, parabéns pela experiência.
Se estiveres com vontade de escrever umas coisas e participar num desafio onde te incluí, espreita o post de hoje no meu blog Titanices, espero que te divirtas.
Há um realizador português envolvido neste projeto?
Raquel
João José Cardoso,
desculpe, não tenho informação para lhe dizer se isto é verdade ou não.
Facto é que na Alemanha não existe salário mínimo. Mas como a Segurança Social garante às pessoas um nível de vida mínimo bastante aceitável, ninguém (dos habitantes legais) está disposto a trabalhar abaixo de um determinado salário. Já ouvi vários empresários queixarem-se disso mesmo: "o Estado é o meu maior concorrente - leva-me todos os trabalhadores mais baratos".
Essa questão dos minijobs também tem uma componente enganadora. Há pessoas (por exemplo: empregadas de limpeza) que ganham o preço normal, mas só declaram um preço inferior, para não receberem mais do que os, salvo erro, 400 euros mensais que podem receber de trabalhos sem perder direitos como "desempregado" (o tempo do desemprego conta para a reforma; o direito a ter acesso ao SNS sem ter de fazer descontos para ele).
Finalmente: as empresas que recorrem a esse sistema dos minijobs são muito mal vistas pela sociedade. Há casos de boicotes de consumidores a cadeias de lojas que recorrem a esse sistema.
Raquel,
que eu saiba, não. O que aconteceu foi que estive a assistir à transmissão daquele concerto com um português que é realizador, e ele no fim fez alguns comentários extremamente interessantes porque tinha uma sensibilidade diferente da do realizador alemão, e que no caso seria uma mais valia.
Titanices,
obrigada, mas de momento não tenho mesmo tempo para responder a esse inquérito. Se a minha vida der uma volta (improvável, mas nunca se sabe), aviso-te.
Numas mini-férias de prodígios sucessivos, levo desta noite na régie da Philarmonia, uma experiência absolutamente única! Que partilharei com a trupe do costume :) e se tenho novidades! O caminho escolhido por esta equipa entusiasta, amante da música, fãs do Simon Rattle, segue um rumo incrivelmente inovador; bonitos serão os frutos que aí vêm :)
Res
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