19 junho 2011

pequeno-almoço no Ritz-Carlton

Ontem, o pai do nosso Miguelito (o Miguelito que eu queria adoptar porque é amoroso, mas depois de descobrir que ele não tem problema de dar 70 euros para comprar uma t-shirt de um clube de futebol decidi que preferia ser adoptada por ele) veio cá jantar com a sua namorada, e hoje pois lá fomos tomar o pequeno-almoço com eles, no hotel das estrelas de cinema onde ficaram alojados. Grande troca: um bocadinho de bacalhau e tal por um pequeno-almoço no Ritz-Carlton pago pelos colombianos. Estas relações económicas internacionais assim desiguais é que fazem com que a América Latina não consiga sair da cepa torta.
À porta do hotel havia um rolls-royce. "Isto promete" comentou a mais fútil das minhas costelas, mas quando entrámos no restaurante o buffet saltou-me para dentro dos olhos de tal maneira que até me esqueci de verificar se os Brangelina estariam por ali.
Para que conste: um pequeno-almoço formidável.
Só foi pena estar marcado para as 10 e nós termos chegado um bocadinho atrasados, e o pessoal ter começado a arrumar as mesas às 10:30 para ter tudo preparado para o brunch às 11. Um stress, até me lembrou a Páscoa na minha aldeia minhota, com as mesas cheias de comida boa, e eu sem saber por onde começar.
Em desespero, trouxemos montes de comida para a mesa, que acabámos por não conseguir comer. Pedimos um doggy-bag para levar os restos para casa. E quase quase pedimos que já agora aproveitassem e metessem um par de lagostas que estavam na mesa para o brunch. O pai do Miguel é um brincalhão, pouco faltou para que o fizesse.

À despedida começou a chorar. Parece que o filho dele se sente muito bem na nossa casa, e ele está muito agradecido por isso. Ando a fazer alguma coisa mal, duas, aliás:
- Não me dei conta que estava a tratar o miúdo assim tão bem. Ora, isso preocupa-me. Se não tenho a minha simpatia sob controlo, um dia destes o pessoal começa a meter conversa comigo na rua, e logo eu, que não sou nada dada a essas aberturas.
- Nunca me aconteceu chorar por causa de outras pessoas serem simpáticas para os meus filhos. Serei uma ingrata criatura?

5 comentários:

Interessada disse...

Helena,
Creio que é a emoção que determina a acção.
Mas como saber o que emocionou o Senhor?

sem-se-ver disse...

não: os colombianos é que são mais latinos do que nós! :D

Helena Araújo disse...

Interessada, antes de chegar à nossa casa, o miúdo fez uma série de más experiências. Muito más, por sinal. Acho que o pai dele estava aliviado por nós sermos mais ou menos normais. Às tantas já estava a acreditar que os alemães são todos iguais àqueles que aparecem nos filmes ingleses...

Sem-se-ver:
:-D

Cristina Gomes da Silva disse...

Pois eu acho que ele se emocionou com esse sorriso e com o olhar malandreco com que tu presenteias quem passa. (hihihi!)E com isto me voy al campo

Helena Araújo disse...

Acho que não, acho que não...
(Eu só faço estes truques para ti)
(hihihi para ti também)