Em termos de esprit d'escalier, eu sou o superlativo absoluto sintético. Só muito mais tarde me ocorreu que era isto o que queria dizer:
A minha fé não é um apostar numa conta poupança eternidade, mas uma busca de sentido e conteúdo para a vida. Não tendo a certeza se Deus existe ou não - que isso é tal e qual como nos jogos de futebol: prognósticos, só depois do apito final -, basta-me que a sua procura seja a lâmpada dos meus pés.
Como diz a Sophia com tanta leveza e graça:
"Escuto mas não sei
Se o que oiço é silêncio
Ou deus
Escuto sem saber se estou ouvindo
O ressoar das planícies do vazio
Ou a consciência atenta
Que nos confins do universo
Me decifra a fita
Apenas sei que caminho como quem
É olhado amado e conhecido
E por isso em cada gesto ponho
Solenidade e risco"
Existe? Não existe? Não sei.
Sei que o Deus de Jesus Cristo existiu com toda a força da sua concreta presença nas ruas de Calcutá por onde a Madre Teresa passou, sei que esteve em Auschwitz no dia 29 de julho de 1941, quando o padre Kolbe se ofereceu para morrer em vez de outro prisioneiro. Não existe para nós como um seguro de vida eterna, mas por nós e como O soubermos inventar em actos de amor ao próximo e à nossa vida presente.
3 comentários:
:))
Cara Helena
Talvez Deus...mas, não conhecendo eu o belo poema de Sophia, mas somente a estrofe que coroa este blogue, e tendo-a interpretado como se do meu semelhante se tratasse,achei-a igualmente bela. E talvez fiquemos a ganhar com a troca.
Interessada,
não me tinha ocorrido essa leitura do poema de Sophia, e dou-me conta de como é interessante: o poder criador do meu olhar.
(Ai, que responsabilidade, este poder!)
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