09 março 2009

fazer o quê?


Uma menina de nove anos grávida de gémeos.
Um bispo que excomunga a mãe e os médicos que provocam o aborto, mas afirma que essa pena não se pode aplicar ao padrasto, que viola a criança desde que esta tinha seis anos.
Uma Igreja que dá a comunhão a um pedófilo, e a nega a um médico que salvou a vida de uma criança vítima daquele.
Esta não é a minha Igreja.
Esta é a Igreja dos fundamentalistas, dos que se agarram à letra da Lei e cada vez mais temem o Espírito.
Continuarei na Igreja Católica - porque também é minha, e não a vou abandonar aos usurpadores.
Outros há que a abandonam em sinal de protesto.
Recebi hoje uma corrente do Brasil, que achei muito interessante.
Repasso-a aqui, omitindo apenas as moradas dos Bispos.
Olá a todos
Nunca achei que começaria uma corrente na minha vida, mas dessa vez minha paciência chegou ao limite. Minha sugestão é que todos os que concordam que - pela infeliz importância da igreja católica na vidas de muitas pessoas, bem como na atuação de nossos legisladores - a excomunhão dos médicos tem alguma importância, entupam a caixa de entrada do bispo dom José Cardoso Sobrinho, com cópias para o colegiado que preside a CNBB. Basta enviar um e-mail para os contatos listados abaixo com o título: "Dom José Cardoso, me excomungue, por favor!". No corpo do e-mail, creio que todos devem ter a liberdade de escrever os impropérios que quiserem, mas, se quiserem copiar os meus, segue abaixo a cópia do e-mail.
Os contatos de e-mail são os seguintes:
----------From: *Evelise Guioto*<>Date: 2009/3/8
Subject: Dom José Cardoso, me excomungue, por favor!

Dom José Cardoso Sobrinho,
Frente às suas recentes ações e declarações em relação ao aborto realizado em uma menina de 9 anos que sofria abusos desde os 6, dirijo-me ao senhor para pedir que providencie minha excomunhão, de preferência de forma irrevogável e o mais rapidamente possível.
Exijo a revogação dos laços estabelecidos entre mim e a instituição pelo senhor representada, pois não posso admitir ter qualquer relação com uma igreja que, para falar em nome de deus, mas usando leis produzidas pelos próprios homens, não condena estupros nem outras tantas barbaridades para as quais, ao longo da história, fechou os olhos, chegando a negar sua existência. Não quero ter qualquer relação, ainda que esses laços tenham sido estabelecidos pelo batismo quando eu era jovem demais para opinar, com uma instituição cuja atuação nos níveis sociais e políticos colabora para os aspectos mais tacanhos de nossa legislação e trata com pouca severidade os que creem poder fazer do meu corpo parque de diversões para suas perversões. Não quero estar ligada a uma instituição para a qual vidas futuras valem mais do que vidas presentes e para a qual o simples fato de existir vale mais do que a possibilidade de existir com decência e dignidade; para quem a obediência cega aos dogmas inventados pelos homens serve para manter na mais cruel ignorância e atraso fiéis bem intencionados.
Honestamente, se deus existe, ele certamente não passa perto da porta de sua instituição.
Aliás, dom José, que boa oportunidade o senhor gerou para jogar mais fiéis nos braços da concorrência, não?
Sem mais,
Evelise Guioto de Souza
São Paulo.

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