Apostada que ando comigo própria que hei-de ganhar o concurso Baltazar,
ocorreu-me uma ideia genial, modéstia à parte: ir à minha loja de produtos a preço justo, que nesta época do ano está cheia de presépios que (imagino eu) uns desgraçados na América Latina vão fazendo durante o Verão inteiro (sorte a deles que para aqueles lados Agosto não é Verão, é Inverno), e fotografar todos os Baltasares que encontrar.
Más notícias para mim, pessoal: no Peru, que é de onde vêm todos aqueles presépios, não há reis pretos. Cambadas de racistas, por causa deles vou perder este prémio.
Piores notícias ainda: reli o regulamento, desta vez com atenção, e encontrei por lá em letras mais miudinhas uma regra que diz que só se pode concorrer com um Baltasar. Nada que uma pequena esquizofrenia não resolva num instantinho...
Ora portantos: a primeira de mim apresenta então este belo exemplar, em madeira de tília.
Trabalho típico alemão, e presente em praticamente todas as casas onde há crianças - por ser em madeira, os miúdos podem tocar as figuras e recriar a história de Natal com a imaginação nas pontas dos dedos, sem a mãe ter um ataque de nervos e estragar logo ali o ambiente natalício.
Vai hoje este Baltasar, mas é melhor ir hors concours. É que não tinha nada que estar ajoelhado. Ajoelha quem chegou primeiro, ou seja: um rei de tez clara, o que representa a Europa - o primeiro continente a aceitar a mensagem redentora de Cristo, ao que me explicam. O Baltasar, que representa a (adivinharam? pois claro: a...) África, devia estar de chapéu na mão, como quem diz, acabado de chegar. E o terceiro, a Ásia, um pouco atrás porque ainda vem a caminho. Vem, que é como quem diz, vinha, na altura em que a cena da adoração dos reis magos era pintada assim lá para os lados do Germanisches Museum de Nuremberga. Tivessem pintado estes quadros depois de quinhentos, e havia quatro reis em vez de três.
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