05 setembro 2008

emancipação feminina


À frente do ministério da família alemão está uma mulher, mãe de sete filhos.
Acho que já falei várias vezes dela, e do episódio redentor da sua vida.
Resumindo: acompanhou o marido aos EUA, onde ele estava a fazer um pós-doutoramento. Numa recepção na universidade, um dos chefes perguntou-lhe o que tencionava fazer, e ela respondeu que tinha três ou quatro filhos, já não sei bem. Ele terá respondido (estou mesmo a imaginar) "oh, how nice!" ou "oh, how gorgeous!" e repetiu a pergunta: "e que tenciona fazer nos EUA?", e ela fez também um pós-doutoramento, além de mais um par de filhos.

Foi o ministério dela que criou um "salário" para os progenitores que ficam em casa (80% do salário que essa pessoa recebia antes do nascimento da criança, até um máximo de, salvo erro, 1800 euros, durante 12 meses, ou 14 se o pai também ficar parte desse tempo em casa). Recentemente foi muito criticada por querer aumentar o número de lugares em creches e jardins de infância, permitindo assim às mâes um regresso mais fácil à vida profissional. Nem queiram saber o que por aqui foi de gritaria, com bispos (e não apenas católicos, que isto um dia é da caça e outro é do caçador) a afirmar que ela queria fazer das mulheres "máquinas de parir", e destruir completamente a instituição "família".

Há tempos uma revista (julgo que foi o Spiegel) publicou uma entrevista com ela, que não li. Mas adorei ler no número seguinte este comentário de um leitor:

"Emancipação seria duas jornalistas perguntarem a um ministro como é que ele compatibiliza o trabalho com a família!"

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