Como tenho a certeza que nem dormiram a pensar como nos teremos
arranjado sem pinheiro de Natal, apresso-me a informar: o nosso hibisco
de Natal ficou bastante aceitável, e cantámos "oh Hibiskus, oh Hibiskus,
wie grün sind deine Blätter" em vez do "Oh Tannenbaum" que é sempre
motivo para debates acalorados, porque os abetos têm agulhas e não folhas, ai mas e
tal, ai tal e coisa, mas em sendo um hibisco, não há dúvida: são
folhas, e são verdes, ponto.
Quer dizer: as do nosso hibisco volta e
meia descaem-se para amarelas, mas a culpa é dele, que nunca está
satisfeito com a quantidade de água que lhe dou. Em termos musicais, foi um autêntico Alfa e Ómega: se o ano passado tínhamos a acompanhar-nos ao piano o teclista de uma banda famosa dos EUA, este ano ninguém fui eu quem assumiu a função, porque os outros, bem mais aptos, não se quiseram chegar à frente. Mas eles, além de preguiçosos são queridos, e apesar das minhas tropeçadelas em busca da nota e do acorde certos, obrigando-os a cantar aos solavancos, ainda se lembraram de agradecer a minha generosidade. Gente bem-educada é vinho de outra pipa, é só o que vos digo.
As coisas melhoraram quando o Joachim e a Christina fizeram o seu habitual a cappella: The Twelve Days of Christmas. Só que este ano a Christina tinha uma novidade: trocou o antigo poema por uma lista de conquistas feministas:
Escrevo a canção por extenso - podem tentar cantar acompanhando a música do vídeo:
On the first Feministmas my true love gave to me
a grope-free Christmas party.
On the second Feministmas my true love gave to me
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the third Feministmas my true love gave to me
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the fourth Feministmas my true love gave to me
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the fifth Feministmas my true love gave to me
EQUALITY!
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the sixth Feministmas my true love gave to me
Shame free breastfeeding
EQUALITY!
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the seventh Feministmas my true love gave to me
Gender bias broken
Shame free breastfeeding
EQUALITY!
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the eighth Feministmas my true love gave to me
No bullshit diets
Gender bias broken
Shame free breastfeeding
EQUALITY!
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the ninth Feministmas my true love gave to me
No body shaming
No bullshit diets
Gender bias broken
Shame free breastfeeding
EQUALITY!
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the tenth Feministmas my true love gave to me
No victim blaming
No body shaming
No bullshit diets
Gender bias broken
Shame free breastfeeding
EQUALITY!
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the eleventh Feministmas my true love gave to me
Reproductive freedom
No victim blaming
No body shaming
No bullshit diets
Gender bias broken
Shame free breastfeeding
EQUALITY!
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
On the twelfth Feministmas my true love gave to me
Fair rights and wages
Reproductive freedom
No victim blaming
No body shaming
No bullshit diets
Gender bias broken
Shame free breastfeeding
EQUALITY!
Proud working moms
Male allies
No tampon tax
and a grope-free Christmas party.
No ano passado começámos a reduzir os presentes daquele exagero de cálculo exponencial para um presente por pessoa. Estou em crer que estamos a assistir ao início de uma bela tradição: cada um de nós põe na mesa o presente que trouxe, e depois começamos a lançar os dados (dois): quem tiver um seis, pode escolher o seu presente. Quando todos têm um presente, desembrulhamos. Depois começa a roubalheira a contra-relógio: nova rodada, mas desta vez quem tiver um seis pode trocar o presente que tem com outro que lhe apetece mais. Quando os dez minutos chegam ao fim, para mim começa o Natal verdadeiro: depois de todos os oooooh e nãããooo e hehehehe que ouvimos nas trocas e baldrocas, sabendo perfeitamente quem gostava de ter o presente que eu roubei, ofereço-lho.
Os dias têm estado feiosos, de chuva. Mas hoje fomos passear na mesma na floresta Grunewald. Meia Berlim teve a mesma ideia: a floresta fervilhava de famílias a esmoer o jantar de ontem.
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