12 julho 2017

diário intermitente das férias (3)

VII.
No sábado foi a vernissage em Ponte de Lima, e de lá fomos directos à festa do café da nossa aldeia. Sardinhas, um porco inteiro assado, caldo verde. Miúdas a dançar num palco (caramba, no meu tempo as miúdas daquela idade quase nem existiam no espaço público, quanto mais dançar assim desempoeiradas e cheias de graça num palco!), muitas conversas alegres, espectáculo de bombos e concertinas. Muito gostava eu de saber como é que o chefe das concertinas consegue tocar tão bem e dançar tanto ao mesmo tempo.
Por volta da meia-noite avisaram-nos: amanhã de manhã vamos à vossa casa!
É dia de ir pedir dinheiro para a festa da freguesia, formaram-se dois grupos para ir de vizinho em vizinho.
Domingo, bem cedinho, em menos de um segundo passei do sonho para dentro do vestido. Vinham a subir a nossa rua, boom-boom-booom, boom, bombombom. Por sorte andam devagar, não nos apanharam de calças de pijama na mão.
Depois seguiram para a casa do lado, e nós fomos atrás. Apanharam uma laranja, ainda em bolinha verde, da laranjeira do pátio, e andaram a jogar vólei com os bombos. A laranjinha saltava de um para o outro, booom... booom... ....laklak... boooom... ....booom... laklak, conforme caía no bombo ou no tambor.
Pelo meio muitos palavrões alegres.
Estamos no Minho. Vida boa.



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