31 maio 2016

mudanças

Este domingo os meus filhos mudaram de casa: o Matthias saiu, a Christina regressou.
Aos 19 e 21 anos, ninguém precisa dos pais para quase nada. Trataram sozinhos de tudo, inclusivamente de alugar uma carrinha de mudanças.
Eu fiz uma salada de cuscuz suficiente para um regimento inteiro e o bolo de aniversário para a Christina, que fez anos ontem, e fui levar umas coisas do Matthias à casa dele. No caminho cruzámo-nos com a carrinha das mudanças, abrimos as janelas, olá! olá! até já! Quando regressámos, uma hora mais tarde, a carrinha já estava vazia, os móveis espalhados pelos lugares que lhes competiam, e o pessoal estendido no terraço a comer cuscuz e restos do frigorífico, e a beber cerveja. Depois arrumaram tudo, agarraram nas coisas deles, disseram onde estava o que o pai tinha de levar no carro, e foram para aquela sauna louca no centro da cidade grelhar salsichas e festejar até entrarem no aniversário da Christina. Eu fui para a recepção na Embaixada.

Nunca vi nada disto: duas mudanças no mesmo dia, sem o menor alarde, sem qualquer nervosismo. Tudo pronto a horas, com toda a calma.

Não sei como é que os meus filhos conseguem. Das duas, uma: ou são os genes alemães, ou então passaram a infância toda a observar-me atentamente e a decidir como não querem ser.


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