20 março 2016

Les sauteurs / Berlinale 2016 / *****

Les Sauteurs

Abou Bakar Sidibé, Estephan Wagner, Moritz Siebert
Absolutamente a não perder. Absolutamente recomendável para passar na televisão em horário nobre, e para mostrar nas escolas.

O realizador alemão confiou durante vários meses uma câmara a um dos africanos que, acampados na encosta de Melilla, esperam o momento de sorte para entrar na Europa. O resultado é um filme a partir de dentro, do inferno vivido por gente que se torna "nós". O resultado é uma vergonha imensa pelo que se está ali a fazer em nome da defesa dos nossos interesses.

No debate sobre o filme, o realizador falou mais detalhadamente das batidas que a polícia de Marrocos faz quase todas as madrugadas ao acampamento, falou das pessoas a fugir pelo monte, a esconder-se em grutas, do regresso, mais tarde, para vir encontrar as suas coisas destruídas e queimadas. Falou da polícia que procura atingir as mãos dos que tentam passar o primeiro muro de sete metros, falou das quedas e das mortes. Também contou do momento em que se deram conta de que o "câmara" se estava a tornar realizador, e do prazer e do risco dessa mudança.
Abou Bakar Sidibé está neste momento na Alemanha, e o seu pedido de asilo está em estudo.




Do site da Berlinale:

Mount Gurugu overlooks the Spanish enclave of Melilla on northern Africa’s Mediterranean coast. The European Union and Africa are separated here by a high-security border facility consisting of three fences. Refugees, mostly from the sub-Saharan region, live in the tree-covered foothills, from where they try to cross the land border between Morocco and Spain. One of them is Abou Bakar Sidibé from Mali, who in Les Sauteurs is both the protagonist and the one doing the documenting. After 14 months in the informal camp and numerous failed attempts to beat the fence system, Abou starts filming – his daily routine, his surroundings, the mind-numbing wait for the next “jump”. His footage gives insights into the social organisation of the refugee community and provides a mournful look at the supposed El Dorado of Europe. 
Les Sauteurs carries out a unique shift in perspective: the abstract, anonymous thermal images of the surveillance cameras stand in contrast to the subjective gaze of an individual. After meeting Moritz Siebert and Estephan Wagner, Sidibé takes on the responsibility for their camera, tirelessly documenting his living conditions on the sidelines of an EU under lockdown.



Sem comentários: