10 maio 2013

cognome: o pateta


(foto)

Voltaire, o Mata Hari versus Frederico, o pateta:

(texto original aqui, em alemão)

Voltaire visitou Berlim várias vezes entre 1740 e 1743. A sua estadia de Junho a Novembro de 1743, entre as duas guerras da Silésia, revestiu-se de especial importância. Em 1741 a questão da sucessão do trono dos Habsburgos opôs a França, a Espanha e a Prússia à Áustria, Grã-Bretanha e aos Países Baixos, e conduziu a um confronto armado que durou até 1748 - a guerra da sucessão austríaca. No entanto, no Verão de 1942, Frederico celebrou um acordo de paz separado com Maria Teresa, que lhe permitiu ganhar a Silésia, enquanto os aliados franceses suportavam pressões crescentes das tropas britânicas. A missão de Voltaire era averiguar quais eram as intenções de Frederico. Esperava-se que pudesse aproveitar a sua amizade com o imperador da Prússia para obter essas informações. Voltaire aceitou esse jogo, porque calculava que, se a sua missão fosse coroada de sucesso, ganharia o reconhecimento da corte francesa.

Aparentemente, Frederico ter-se-á dado conta disso, porque mandou espiar a correspondência de Voltaire, e usou os seus conhecimentos sobre as artimanhas dos franceses para o atrair com crescente firmeza. As suas ofertas de casa, pagamento e posto eram extremamente tentadoras. Mas um poema satírico sobre Luís XV, que ele próprio escreveu e mandou esconder num relatório de Voltaire, era de tal modo desajeitado, que em Versalhes se tornou evidente o que estava a acontecer em Berlim. Voltaire rejeitou os avanços de Frederico, e voltou para França.

2 comentários:

jj.amarante disse...

Tenho dito várias vezes que o passado é imprevisível, antes mais a propósito dos regimes totalitários da União Soviética e da China, depois, com menos intensidade, a propósito de surpresas que se vão tendo como esta do filósofo espião e do político não tão interessado assim em filosofia.

Helena Araújo disse...

A propósito: outro dia contaram-me de chineses a falar sobre um livro de História de um país. Não se interessavam nada pelo autor do livro. História é História, só há uma...
;-)

Quanto ao filósofo espião: lembrou-me o Ary dos Santos, quando o criticaram por fazer slogans de publicidade, e disse "um comunista também gosta de comer bifes."