13 fevereiro 2013

Berlinale 2013 (9)




Cheguei bastante cedo ao Berlinale Palast para ver o filme do Jafar Panahi, e deixei-me ficar pelo foyer, por trás do pódio dos fotógrafos que querem apanhar as pessoas a entrar.
Lá fora, o director da Berlinale, o Dieter Kosslick, dava o braço a uma mulher de longa cabeleira loira, bem aconchegada num casaco de peles. Depois deu-lhe um beijinho, ela sentou-se numa cadeira de rodas, e foi empurrada pelo edifício adentro. Por cima dela, num patamar das escadas, vinham sons de muita agitação. Ela olhou para cima, sorriu, acenava com ambos os braços. Depois continuou na minha direcção. Parou em frente a uma câmara de televisão, uma assistente compôs-lhe o cabelo. Sorriu para as câmaras e para as pessoas que lhe pediam autógrafos.
- Quem é?, perguntou a senhora ao meu lado.
- Quem é?, perguntei eu a um homem que acabara de receber um autógrafo.
- A Anita Ekberg, do Dolce Vita!, respondeu-me.

A Anita Ekberg. O empurrador da cadeira parou junto às câmaras, mas ela resolveu ir andando, pé ante pé, sentada. Passou por mim com um ar divertido, rimos.
O homem reparou na fuga, largou a correr, tomou o comando. E lá foram eles.

Tenho andado nesta Berlinale sem máquina fotográfica, só com o meu telemóvel pré-histórico, e todos os dias me arrependo. Mas não aprendo.

Sem comentários: