16 maio 2012

ah, harpista!



Harpa.
"Harpa, por Park Stickney" era o que se lia no programa do Lunchkonzert  de ontem, e mais nada. Por falta de tempo para me informar, preparei-me para uma hora de música bucólica, como a água que corre, etc., e até disse a um amigo, em resposta à mensagem dele informando que não podia ir, que não tinha mal nenhum porque aquilo não era música para gente máscula. Nem sequer me apressei para chegar a horas ao concerto - do que me viria a arrepender, e muito.
Ao entrar na Filarmonia, a Pantera Cor-de-Rosa veio ao meu encontro.
- Isto é harpa?!, pensei. Mas que som incrível!
Improvisações sobre Debussy. Debussy e bossa nova?!
Queen. Caravan.

Por cima de tudo, o seu humor. A cada apresentação da peça seguinte, o público ria e aplaudia. Mesmo se estivesse a ser tratado como uma criança grande ("Se algum dia ouvirem a peça para orquestra e a reconhecerem, não pensem "ai o malandro do Debussy que roubou isto ao Park Stickney!" porque foi mais ao contrário. E atenção: é suposto durar cerca de 10 minutos, don't panic.")

No fim, foi rodeado por inúmeros fãs. Miúdos que lhe falavam em francês, e pediam para ele assinar os seus cadernos da escola. Uma mulher que lhe pegou na mão, lhe tocou os dedos para sentir os calos. Amigos ("o quê, ainda não foste para o Brasil?"), vizinhos de Nova Iorque ("podíamos aproveitar para combinar um jantarzinho lá em casa").

Comprei um CD dele para uma amiga, que adora harpa. Levei-lho, para o assinar, "to Paula".
Disse-me que adorava nomes com vários aa: Paula, Lara...
Disse-lhe que me chamo Helena. Riu-se. Ficámos assim.

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