29 abril 2012

russendisko - ensaio geral antes da grande estreia que será a 5 de maio em Lisboa


Nesta sociedade com a mania do empirismo, não me basta ter a certeza que a música da russendisko é capaz de pôr um paralítico a dançar. Não: as pessoas querem factos, números, preto no branco. Ora, nada mais fácil: ontem levámos para a russendisko uma amiga que teve um problema nos dois pés e de momento só anda com a ajuda de muletas. As miúdas na caixa não se deixaram impressionar: "já vimos de tudo por aqui", disseram elas. Pusemos um banco junto ao balcão do DJ, ela empoleirou-se lá em cima, e dançou - sentada - mais do que nós todos juntos. Daqui a duas semanas já não deve precisar das muletas (milagre! milagre!) e ficou combinado que vamos lá outra vez.

O Wladimir Kaminer chegou à uma da manhã, para o segundo turno. Mal ele entrou, a sala foi percorrida por uma onda de entusiasmo. O estrado onde tínhamos estado com relativo desafogo encheu-se repentinamente de pessoas que o queriam filmar, fotografar, fotografar-se com ele. O delírio.
Quando saímos, havia na rua uma fila enorme de gente que esperava pacientemente para entrar. "Olá, Helena!", gritaram de lá. Eram portuguesas que iam para o segundo turno. Algo me diz que ainda havemos de passar aqui noites memoráveis da lusofonia berlinense.



(fotos: Inês Thomas Almeida)

Sem comentários: