04 março 2012

voltar aos lugares onde já se foi feliz



Reincidi.
De manhã, a exposição "Panorama" do Gerhard Richter. A ver se percebo bem todas as essências...
Íamos preparados para uma boa hora de espera à porta, mas eles tinham aberto de surpresa uma hora mais cedo. Eu bem digo que a sorte...
Infelizmente não fomos os únicos a decidir ver esta exposição a um domingo de manhã. O café na roulotte à porta já custa 1,5€ em vez de 1€, as salas estavam demasiado cheias, as pessoas acotovelavam-se em frente aos quadros, e não estavam tão simpáticas como da primeira vez que lá estive. Decididamente: à semana, a meio do dia, é muito melhor.
Mas mesmo assim valeu a pena, especialmente em frente a este quadro, que se chama "a estudante" (até fiz uma fotografia do detalhe que o prova: tem óculos), quando ouvi uma mãe explicar aos seus filhos: "esta menina está sentada sem cuecas".




Fizemos nova série "nós por Richter". Gosto muito do efeito dos vidros: a aparente transparência das saias e aquelas pernas quase até ao pescoço.



 
  



Isto que à primeira vista parece uma cena incrivelmente romântica, "ah, nós e Paris...", são duas miúdas que só alugaram um aparelho áudio.


No fim, fomos para a loja do museu, que tem um complemento muito interessante para esta exposição: o Atlas do artista, que folheámos para visitar de outra forma algumas das obras mostradas na exposição. O Atlas é uma colecção de fotografias e esboços, com milhares de imagens, que ele foi organizando ao longo da vida. Nele se vê, por exemplo, uma série de fotografias onde a sua segunda mulher, Sabine, está a ler. Uma delas deu origem ao famoso "a leitora".
Também tinha um livro de John Cage chamado Silence - e eu abri, só para ver se as páginas estavam em branco. Não estavam.  

Daqui a bocadinho vou reincidir outra vez, e voltar à Filarmonia. É que o concerto do RIAS Kammerchor é mesmo muito bom, e o ensaio geral soube-me a pouco. Quero ouvir outra vez a música de Escher para um poema de Emily Dickinson:

To make a prairie it takes a clover and one bee,
One clover, and a bee.
And revery.
The revery alone will do,
If bees are few.

E o cântico dos cânticos, de Yean-Ives Daniel-Lesur. E as canções tão divertidas de Poulenc (nunca tinha ouvido um cantor profissional a arrotar no palco, mas é assim que eles terminam a Chanson à boire).

E mais esta, de Whitacre:

hope, faith, life, love, 
dream, joy, truth, soul

e.e. cummings

1 comentário:

Interessada disse...

Como eu fiquei a gostar deste Eric.:D
Obrigada Helena.