27 março 2012

sobre o que aconteceu no Chiado

Texto da Joana Lopes. Para que os acontecimentos do Chiado não vão parar às brumas da memória.

Ando há alguns dias com vontade de falar sobre o modo como a Polícia de um Estado de Direito deve tratar os cidadãos quando estes se manifestam. Aqui estão dois filmes de manifestações não autorizadas que ocorreram recentemente em Berlim.

A primeira, convocada por facebook, juntou algumas centenas de pessoas que brandiam sapatos em frente ao palácio do presidente da República (na altura em que o Wulff queria a todo o custo continuar presidente):



E esta, durante a cerimónia de despedida do presidente:
(notem que por volta de 1:15 se vê como os polícias tentam impedir os manifestantes - e não é à cacetada)


 
Neste vídeo, de nove minutos, vê-se  o ambiente da manifestação e o modo como perturbam uma cerimónia protocolar do Estado. E nem assim os polícias tomam o freio nos dentes. Porque será?

Em Kreuzberg, um bairro de Berlim, começou a criar-se uma tradição de orgias de violência no primeiro de Maio. A luta com os polícias era uma espécie de happening e ponto alto dos festejos (aqui, em alemão). A simples presença de polícias era entendida como provocação, e sinal para atacar. Mas o Estado alemão soube desfazer este nó, "desescalar" a violência.
(Esta é a parte em que a Rita Dantas entra a dizer que não é bem assim, Heleninha, e eu estou ansiosa por ouvir isso que ela sabe - e viu com os seus próprios olhos - e eu não.)

3 comentários:

Rita Maria disse...

Provoca provoca...

Helena Araújo disse...

Não é provocação, é pedido!

Rita Maria disse...

Eu acedia, mas como já escrevi sobre o tipo de policiamento referido pela Joana Lopes (há três ou quatro anos) e sobre o tipo de policiamento "bater em manifestantes isolados" (há salvo erro dois) e ainda não tenho nada de novo para dizer...no fundo isto é tão evidente e claro que é muito difícil encontrar coisas para dizer, pelo menos para mim.