02 agosto 2011

correio das ilhas (40)

Olá, Rita

comprei o Duetos,do Chico Buarque, e ando a babar. Fico bem disposta logo à primeira canção: "Façamos (Vamos Amar)" com Elza Soares. Nós as duas no carro a cantar com a voz muito cheia "façamos!", maravilha. Descobri que canto melhor no carro que no duche. Melhor, diz ela? Queria dizer: menos mal. Mas a Elza não se importa, é boa moça.

E por falar em menos mal: comprei o CD da Luísa Sobral. Acho que não devia pagar IVA, porque quase não tem valor acrescentado: a voz dela, muito soft, sobre músicas que são receitas conhecidas.

Esgotou-se-me o orçamento para estas alegrias. Agora, se vejo a FNAC, fico com vontade de ganir baixinho como os cães que esperam o dono à porta do supermercado.

***

Hoje estive na Livraria Lello, no Porto. Desconfio que desde que os supermercados começaram a vender livros, as livrarias começaram a vender quinquilharia. Que tristeza! Se me deixassem mandar (agarrem-me, já me conhecem!) usava aquele espaço para vender boa literatura portuguesa em línguas estrangeiras. Isso, e guias turísticos também em estrangeiro. Assim como assim, aquela casa está cheia de turistas que obviamente não vão comprar livros portugueses. E esses, os livros portugueses, vendem-se nos supermercados, não é preciso ir ao centro do Porto... (Piadinha, claro: havia lá bons livros que não há nos supermercados. Mas aquele público não os consegue ler.)

4 comentários:

Teresa disse...

Espero que o Duetos tenha o João e Maria, com Nara Leão. Que maravilha!

E sim, o que dizes da Lello é bem verdade. Que desperdício!

Helena Araújo disse...

Não, esse não tem. E também falta o "Eu te amo".
Mas tem outras muito boas. Estou toda contente.

Rita Maria disse...

Acho que ter uma secção de literatura portuguesa em estrangeiro é uma excelente ideia para todas as livrarias no centro das cidades, mas se elas se especializarem só em turistas os turistas também deixam de lhes achar graça...Por isso, o que elas precisam é de livreiros. Eu não preciso de sítios onde tenho a certeza que encontro o que procuro e muito menos de supermercados horríveis, seja do género fnac ou continente, para isso tenho a internet. O único serviço que as livrarias me podem prestar é terem pessoas que conhecem os livros e sabem fazer recomendações. Sem isso, estão todas condenadas ao fracasso... (na minha modesta opinião peremptória, como de costume)

Helena Araújo disse...

Pronto, lá arrumaste tu outra vez com uma ideia genial que eu tive para enriquecer depressa e sem esforço. Agora vou ter de ler os livros que quero vender?!!!
;-)