29 maio 2011

Maria João e Mário Laginha no Quasimodo



Esta mulher não envelhece? Pensava que era só eu...

Continua como a vi há dez anos, nesse memorável concerto em San Francisco. A música atravessa-lhe o corpo como um instinto, o humor toca uma nota só dela - e deixa o público encantado, a rir às gargalhadas.

Ontem foi o peixe, o raio do peixe, raisparta o peixe, não partas o peixe, dá cá o peixe, o peixe é meu ou teu? - improvisava a lengalenga num ritmo impressionante, enquanto tentava desatar o nó de um colar enorme (o maldito peixe), o dava ao Laginha para guardar, o ia buscar de novo. A sala a rebentar em gargalhadas.

Ontem foi Beatriz, interpretada com beleza e sentimento tais que nos deixou desvastados, seguida da pergunta: "Bica, estás aí? Esta foi para ti". O Bica estava ali, a dois passos da minha mesa, e erguia o polegar para ela, que desatou a contar histórias de quando se conheceram (o que eu gosto destas histórias que ela conta em palco!), da sua passagem por uma aldeia no sul da Alemanha com 100 habitantes, 101 comigo, da primeira tournée na Alemanha a 50 euros por concerto, da vinda a Berlim e do pullover que comprou pelo preço de três concertos, do modo caloroso como nessa primeira vez foi recebida no Quasimodo, this is home. Depois lembrou a Aki Takase, companheira de tantos momentos musicais únicos, será que amanhã vai estar aqui?, gostava tanto de a rever!

E se eu hoje à noite voltasse lá?

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