"Die Gendanken sind frei" é uma canção muito popular, divulgada em finais do séc.XVIII numa versão final de Fallersleben (o autor do hino nacional alemão), e sempre usada em situações de opressão política ou de luta por liberdade e independência.
Foi cantada nas revoltas estudantis dos princípios do séc.XIX, foi tocada à flauta por Sophie Scholl em frente à cadeia onde o pai estava preso por ter feito críticas a Hitler, foi entoada num impulso pelos 300.000 berlinenses que assistiram ao discurso de Ernst Reuter que terminava com o apelo: "povos de todo o mundo, olhai para esta cidade!"
(isto é tudo sabedoria wikipedia)
Neste vídeo-gracinha é cantada por Wolfgang Schäuble, que enquanto ministro do interior defendia a possibilidade de passar revista aos computadores das pessoas suspeitas de serem terroristas:
Segue-se a tradução, que encontrei no blogue "Rubra Bandeira" (cujo autor pensa que este texto é de Karl Marx, hihihi):
Os pensamentos são livres!
Quem pode adivinhá-los?
Eles passam voando
Como sombras da noite.
Ninguém pode sabê-los,
Ninguém pode atingí-los,
Não há como mudar:
Os pensamentos são livres!
Eu penso o que eu quero,
E tudo o que me agrada,
Mas tudo em silêncio
Sem chamar a atenção.
Meu desejo e meu anseio
Ninguém pode impedir.
Não há como mudar:
Os pensamentos são livres!
E se eu for aprisionado
No mais sinistro calabouço,
Tudo isto será obra
Inútil e também vã;
Pois os meus pensamentos
Partem os grilhões
E os muros em dois:
Os pensamentos são livres!
Por isto para sempre
Deixarei de lado preocupações
Deixarei de lado para sempre
Os meus temores
Pois no coração sempre
Será possível rir e ser alegre
E ao mesmo tempo pensar:
Os pensamentos são livres.
6 comentários:
Sabes como os Alemães gostam de cantar quando estão contentes, não sabes, Helena? Mais os do Sul, é certo. Foi por eles (talvez bávaros) que ouvi esta canção pela primeira vez. Afiançavam-me que o poema original era de Goethe.
Mahler também andou por aí, mas a vídeo-gracinha tem mais piada.
Eu ouvi-a várias vezes em Weimar, onde também se cantava muito.
Nos piqueniques com as famílias da escola, mal a gente se distraía, pumbas, já estavam a cantar outra vez...
Na turma da Christina havia uma dupla imbatível: um professor de piano que levava o seu keybord para todo o lado, e uma cantora húngara-alemã que adora cantar aquilo tudo. Passavam horas em baladas alemãs, húngaras, russas.
Aaaaah, bons tempos.
Gosto muito da "unsere Heimat", da RDA, que cantam no goodbye Lenin. Andei à procura do vídeo, mas não arranjei nada de jeito, e ainda tropecei em tretas nacionalistas. Triste vida.
Mas pronto, para não perderes tudo, olha aqui que romântico:
http://www.youtube.com/watch?v=xltLMbPFjlM&feature=related
Encantador :o)
encontraste a palavra certa (hihihi)
está para o nosso "não há machado que corte a raiz ao pensamento..." não é?
Lucy,
Lembrei-me muito desse enquanto escrevia o post.
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