26 abril 2012

da série: quem me dera ter problemas como os meus

Encomendei na Boden um casaco lindo de morrer (com 50% de desconto, caso contrário não encomendava, e mesmo assim...). A Christina disse que não tinha forma. O Matthias disse "hum... em parte parece um esfregão, em parte está OK". O Joachim disse "não está perfeito, mas se gostas tanto...". A vizinha disse "essa cor está muito na moda!" mas "o corte não é bom para ti". A outra vizinha disse "ai essa cor! Vais ser aquela de casaco vermelho do Ku'damm". A amiga disse "tinhas de usar vários push-ups uns em cima dos outros, leva-o a um costureiro para apertar".
Levei-o a um costureiro. Olhou, olhou, puxou, apertou. Ia custar cem euros. É justo, disse eu, mas somando ao seu preço, nunca na vida pagaria tanto por um casaco. Ele começou a baixar o preço, no seu alemão muito macarrónico vinha por ali abaixo como quem cai pelas escadas: dezoito, não!, oitenta, setenta. Foi um sarilho conseguir explicar-lhe que eu não o queria explorar, só não queria gastar tanto num casaco.
Problema resolvido, vou devolver o vermelhinho. Com pena, é certo.
Mas se esta cor está na moda, não faltarão outros modelos, igualmente bonitos, e com a parte da frente cortada para mulheres normais e não para a Marilyn Monroe.

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