Ontem foi dia de se falar do polvo na Enciclopédia Ilustrada. Um tema fracturante, porque sendo um bicho tão inteligente e patati patata, e mais aquele documentário que ganhou o óscar, e assim, fica um bocadinho difícil continuar a comê-lo em boa consciência. De modo que é isto: continuo a comer, mas sinto remorsos.
Bem...
Diz Bill François, neste livrinho de histórias de encantar, que o #polvo é o ser mais inteligente do nosso mundo, e que só não é a espécie que o domina porque cada geração tem de aprender tudo do princípio, uma vez que a mãe morre mal os polvinhos saem do ovo, e portanto os órfãos não têm ninguém que faça a transmissão. De certo modo são sempre os primeiros no mundo, como Adão e Eva, mas sem acesso à árvore da sabedoria, digamos assim, porque essa já está morta e enterrada. Já está morta e enmarada. Já está morta e demolhada.
Ora bem: se fossem assim tão tão tão inteligentes, inventavam a figura da polva que fica para tia e ensina tudo aos sobrinhos. Ou que vai para freira e passa aos sobrinhos a receita para os doces conventuais e tudo o resto.
Portanto: os polvos podem ser muito inteligentes e tudo o mais que já foi dito, mas inteligente, o que se chama verdadeiramente inteligente, é a espécie que inventou as tias.
(Embrulha, polvo!)
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