Ao ver esta "The Swiftness of Time" de Kaoru Yamada no mural de facebook de uma amiga, ao ver a magia desta luz, lembrei por uns momentos a sensação de espanto e prodígio daquela noite em que fui à cozinha - que era no jardim de inverno do apartamento, tinha imenso vidro - e a encontrei inundada numa luz assim forte, mas branca. A luz do luar intenso no céu sem nuvens, multiplicado pela neve que cobria o mundo, entrava pela minha casa e por mim adentro. Espero que me revisite naquele momento final, quando - segundo dizem - passa o filme da nossa vida. Queria muito voltar a esse luar, e também ao dia em que fiz malabarismos com ovos crus, perante os olhos boquiabertos dos meus filhos, na cozinha transformada por uma luz assim e Chico Buarque a cantar "como se fora a primavera". (Vou repetindo por aqui momentos felizes na esperança de a sua recordação ser depois mais forte que o Alzheimer, ou a senilidade, ou a simples perda de memória.)
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