21 maio 2019
tão polivalente que até é o barbeiro de Sevilha
Ontem fui ver o Barbeiro de Sevilha na Deutsche Oper, com a música de Rossini um bocadinho atropelada pelo exagero da encenação de Katharina Thalbach: ele é um burro, ele é um tractor, ele é um grupinho de freiras a chocar umas nas outras, ele é crianças na praia durante a noite, ele é fatos de banho do séc. XXI, ele é roupinhas barrocas, ele é um Figaro armado em artista de circo, ele é uma profusão de cenas de sexo bastante explícitas (podia dar-se o caso de o público não perceber nas entrelinhas da música ao que é que aquela gente toda vem).
A ópera bufa foi bastante mais bufa que ópera, e portanto rimo-nos muito - lá disso não nos podemos queixar. De facto, já nos estávamos a rir ao fim de meia dúzia de compassos da abertura.
Mas o mais interessante de tudo foi o cantor que fazia o Figaro. Passei a ópera inteira convencida que era o... tã tã tarãããã... Hugo van der Ding!
Se não era ele, então era o Mathew Newlin por ele. Mas eu jurarei a pés juntos que ontem foi o Hugo van der Ding quem cantou na Deutsche Oper em Berlim.
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