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15 novembro 2019
quando comecei a escrever este post, chamava-se "no paraíso", mas o lirismo, coitado, foi atropelado pelos parêntesis que se seguiram
A propósito do post anterior, sobre a colaboração entre a Uniqlo e a Marimekko, uma amiga comentou que eu sou mesmo a Eva com uma cesta de maçãs.
Ora, por falar em paraíso...
Neste cantinho do youtube, a peça que se segue a este "In Paradisum", de Fauré, é o Hino dos Querubins, de Tchaikovsky. Admiro a coragem destes compositores que se lançam à aventura de tentar traduzir a ideia de paraíso de maneira perceptível aos nossos sentidos, tendo para isso apenas os meios disponíveis aos mortais.
(E fico a pensar: se tivesse realmente de escolher entre a cesta das maçãs - o consumo desenfreado - e ficar o dia inteiro nesta música - chamemos isso à consciência tranquila por não contribuir tanto para a destruição do planeta -, o que escolhia?)
(O que me lembra uma história das férias na África do Sul: ao ver a paisagem devastada pela passagem dos elefantes - os ramos quebrados, as árvores derrubadas - perguntei à nossa guia porque é que eles fazem aquilo. Ela respondeu: "porque podem". Nesse momento achei os elefantes uns bichos um bocado antipáticos. Mas depois caí em mim: eles são tal e qual como nós, que também destruímos o planeta apenas porque podemos.)
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