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27 setembro 2019

"Drake"

Ontem, a palavra mágica na Enciclopédia Ilustrada era Drake. Mas qual deles/delas?
Nick Drake, Molly Drake, Francis Drake estavam no pelotão da frente.

Escolhi o pirata. Ou melhor: o momento em que descobri que isto de ser ou não ser pirata também é questão de opinião...

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Em Point Reyes, umas milhas a norte de San Francisco, há uma #Drake Bay, e uma placa a informar que Sir Francis Drake ali ficou durante algum tempo quando andava a fazer a sua viagem de circum-navegação. O que me espantou foi o tom comedido e - ouso dizê-lo - elogioso do texto. Não é maneira de falar de um pirata que espalhava o terror por todos os mares do mundo!
No estrangeiro há muitas placas informativas assim: dão cabo dos alicerces das narrativas nacionais.
Para mais, não encontrei na zona nenhuma placa a informar que o nosso fantástico Sebastião Rodrigues Soromenho também por lá passou uns anos depois, quando andava a mapear o mundo. Mas, coitado, foi apanhado por uma terrível tempestade, perdeu toda a sua carga de seda e porcelana, e teve de escapar para sul tão rapidamente que nem reparou na Bay Area para a pôr no seu mapa (mas se calhar passou por lá numa hora de nevoeiro, e por isso é que não viu nada).

Uma década depois de ter recuperado do choque de descobrir que há muito quem não chame pirata ao Francis Drake, fiz umas férias felizes na Costa Rica. O Matthias estava lá a fazer um ano de voluntariado, e nós fomos ter com ele. Um dos momentos mais especiais da viagem foi na Bahía Drake (pronunciar: dráqué). Mas não encontrei lá nenhuma placa sobre o homem, para me informar se ali era pirata ou não.

Caso não tenham mais nada que fazer hoje, e estejam curiosos, podem ler aqui: pura vida.

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