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13 agosto 2019

maldita polivalência!

Esta maldita polivalência já vem de longe. Por exemplo, há várias décadas, quando dançava num grupo de folclore que tinha poucos homens, aprendia sempre a parte das mulheres e a dos homens, para poder desenrascar caso fizesse falta completar um par durante os ensaios.

Há dias atacou de novo: o meu coro anda desesperado à procura de vozes masculinas, e a esta cabecinha genial ocorreu que se sente extremamente à vontade nos tons mais graves, pelo que talvez pudesse dar uma mãozinha - enfim, uma cordazinha vocal, no caso - aos rapazes. Teste feito, e sim senhora: temos tenor. Tenora?

Logo eu, que normalmente canto no primeiro contralto porque chego facilmente às notas mais agudas. "Facilmente", quer dizer: nos dias em que me sinto feliz.

O maestro mandou-me ontem uma mensagem a dizer "bem-vinda aos tenores!"
Não direi que fiquei com o coração despedaçado, mas abriu uma racha funda: adeus ao meu rico grupinho de contraltos. Adeus à maravilha de cantar ao lado da Christina, e senti-la a pôr a alma inteira em cada nota que canta. Por estes dias, escusam de me pedir para cantar agudos.  

Maldita generosidade. Maldita mania de resolver problemas que nem sequer são meus. Maldita polivalência!

Humpf.


PS. Simpáticos cavalheiros que vivam em Berlim, cantem bem e tenham desde sempre sonhado cantar num coro impecável: apareçam! O maestro é extraordinário (estou a falar a sério, mesmo), a professora de voz também, e se nenhum destes argumentos for suficiente, aqui deixo o non plus ultra: uma das cantoras traz sempre gomas para comermos no intervalo.


1 comentário:

  1. Se eu fosse um cavalheiro e vivesse em Berlim pensaria em experimentar, sobretudo pelas gomas :)


    (lembrei-me que na 4ª classe me aconteceu algo parecido porque era mais alta que a média e estávamos a ensaiar uma dança de rancho popular, e fixei a diferente colocação das mãos)

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