Já muito se falou na nossa Enciclopédia Ilustrada sobre o #tour_de_France, mas parece-me que falta o post mais importante, hehehe: o Tour de France e a minha vidinha.
A primeira cidade em que morei na Alemanha era Karlsruhe, na fronteira
com a Alsácia. O Tour de France praticamente à esquina da rua. O meu
marido chegou a tirar um dia de férias para os ir ver passar. O meu
sogro tirava vários dias de férias. No dias do Tour, era certo e sabido:
o Joachim vinha mais cedo para casa, ligava a televisão, e durante algumas horas não estava para ninguém.
Quando o nosso filho se queixou de que os meninos na escola se riam da
bicicleta dele por ser cor-de-rosa (era a bicicleta da irmã dois anos
mais velha) dissemos-lhe que não era cor-de-rosa, era "magenta, a cor do
Jan Ulrich", e no dia seguinte ele pedalou para a escola todo contente.
Mas foi só até o avô saber da história e lhe dar dinheiro para mandar
pintar a bicicleta de azul. Mais uma frase, e estou a pagar multinha por
falar de Stonewall tanto tempo depois de ter sido a palavra do dia...
Mas depois rebentou
o escândalo do doping. O Jan Ulrich foi à vida e o Lance Armstrong não -
mas todos desconfiavam de que jogava com cartas marcadas.
Instalou-se uma ideia com a força de epifania: ganha aquele que consegue
não se deixar apanhar pelos testes de doping. É uma competição de
médicos, mais que de ciclistas. E puffffff!, acabou-se o Tour de France na nossa casa.
Amigos nossos tiveram mais azar: o Tour de France instalou-se para
sempre sobre o casamento deles. A história conta-se depressa: ela quis
mostrar aos pais, que estavam de visita, o lindíssimo vídeo (no tempo do
VHS, lembram-se?) do casamento, mas pararam para ir jantar, nunca mais
se lembraram do vídeo, e no dia seguinte o recém-casado programou o
leitor para gravar a etapa da volta à França que ele não ia poder ver
por andar a passear os sogros. Quando voltaram, tinham uma bela série de
pernas muito musculadas em cima da celebração do casamento, do beijo da
praxe, do arroz dos amigos, dos sorrisos de todos.
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