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17 maio 2019
uma velha maluca
Continuo com torcicolo. Como não consigo virar o pescoço para a esquerda, antes de atravessar as ruas tenho de me virar toda para a esquerda, para ver se não vem nenhum carro. Depois viro a cabeça para a direita, e a seguir, só para ter a certeza, viro de novo o corpo todo para a esquerda. Pareço o boneco Sabichão, mas sem o pauzinho.
(A despropósito: o que nós nos ríamos, eu e os meus irmãos, naqueles intermináveis sábados de chuva, com as respostas que nos dava o Sabichão depois de lhe termos entortado a vara...)
Não consigo virar o pescoço para a esquerda mas, em compensação, está flexível e leve para o lado direito - isto não é uma mensagem subliminar sobre as eleições europeias, é mesmo só a minha triste vida - pelo que, depois de atravessar três ou quatro ruas, me ocorreu que seria mais fácil fazer uma elegante pirueta com volta de 360º pela direita. Via todos os carros e perigos, e ainda fazia um bonito no passeio.
Mas para isso talvez seja melhor andar com uma saia de tule, ou assim, para o pessoal pensar que é uma performance em vez de me arrumar numa gaveta qualquer de velha maluca.
[Imagem: Aline Smithson, #5 Ballet - neste blogue ]
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