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05 março 2010

dos extremos, e da vida entre eles

De um lado, isto:
(encontrado neste post do Segunda Língua)



Do outro lado, isto:
Em Munique existe um clube, chamado "Lord Gang Bang" que oferece sessões de sexo em grupo para uma mulher e vários homens. É a mulher que escolhe, e são os homens que pagam todas as despesas.
Resumindo partes do artigo, encontrado na edição alemã da Cosmopolitan, Janeiro 2010:
Um terço das mulheres tem fantasias eróticas de sexo com vários homens ao mesmo tempo, mas poucas se permitem tornar essa fantasia realidade, porque imaginam que a realidade ficará sempre aquém da fantasia, ou temem que um encontro desses se torne num pesadelo.
O "Lord Gang Bang" leva esse temor muito a sério, e oferece para escolha cerca de sessenta "Lords" que, para além do aspecto físico atraente, têm de ter a atitude correcta: no centro não está a realização dos seus desejos sexuais, mas a da mulher. É a mulher que escolhe com quantos homens, e concretamente com quais deles, bem como as práticas sexuais - tudo segundo o seu próprio desejo e as suas preferências.
Nancy Friday, uma das primeiras pessoas a estudar as motivações da mulher na realização de sexo em grupo, afirma que o controle é um elemento central: "a sensação de, durante o acto sexual, ser permanentemente senhora dos acontecimentos é pelo menos tão excitante como o que acontece realmente".
Por esse motivo, este clube é mais interessante para as mulheres que as festas swing. Enquanto que nestas a mulher tem de aceitar o que há, no "Lord Gang Bang" pode escolher: entre o empregado de uma editora, de 31 anos e cabelo comprido, o dentista de 32 anos, desportivo e com muito sentido de humor, ou o especialista em comunicação, de 47 anos, algumas brancas e muita experiência. É esta variedade de escolha que torna o clube tão apreciado entre as mulheres - que têm, em média, 30 anos, e desejam "orgasmos longos e sucessivos".


E pelo meio, a vida:
Uma mulher de 75 anos enviuvou após cinquenta anos de casada, e encontrou um novo companheiro. Este, estranhando que ela nunca tivesse tido um orgasmo em toda a sua vida, pediu-lhe que fosse a uma ginecologista - porque para ele é realmente muito importante que a sua namorada tenha mais prazer na relação sexual.

14 comentários:

  1. Esse último senhor: mandou-a ao ginecologista, antes ou depois de ter a certeta se o problema era nao era mesmo ele?

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  2. Rita,
    não estamos a falar de engravidar! ;-)
    Ela foi casada durante cinquenta anos, e nunca teve um orgasmo.
    Só quando começou a namorar com este é que, a pedido dele, foi consultar a ginecologista para tentar mudar a situação.

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  3. Não entendi muito bem a comparação que fazes entre o anúncio e o clube, mas ok; em ambos os casos o prazer do cliente é que conta o que não significa que quem oferece não tenha prazer. No caso do anúncio, apesar da pose aparentemente sedutora, ela não tem nenhum porque a super bock fez questão de nos informar desse pormenor o que, na minha opinião, faz toda a diferença.

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  4. Maria,
    estava a falar de dois extremos: no primeiro caso, é o homem que é servido; no segundo, a mulher.
    No terceiro caso, que me comove e entristece, é um homem preocupado com a falta de prazer de uma mulher. Mulher que esteve numa relação de mais de cinquenta anos, e na qual o marido, pelos vistos, não se preocupava com a falta de prazer dela. Cinquenta anos!

    O que me lembra todas aquelas anedotas sobre as mulheres que têm dores de cabeça à noite: quanto disto é sinal de uma sexualidade pouco satisfatória? Ou, como diz a Santa Madre, com palavras tão sabiamente escolhidas: da sexualidade como dever conjugal.

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  5. Boa tarde Helena,
    Belo deboche para o fim de semana que se aproxima...que por aqui se prevê chuvoso.
    Assim sendo, prefiro retirar o roupão à moçoila e beber um whisky de malte...ela que fique comn a Super Bock :))
    Se bem que esteja mais próximo do senhor dos 75 anos ( em idade que não em orgasmos :)).
    Bom fim de semana

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  6. O que eu ando a perder por não ler a cosmopolitan. :P

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  7. António P.,
    Todos nós estamos mais próximos dos 75 anos do que pensamos...
    Que não nos falte a cerveja!
    Bom fim de semana para si também.

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  8. Snowgaze,
    li algures que essa revista acabou.
    Caso me esteja a enganar, não te preocupes: eu conto-te as partes mais interessantes.

    Sou a tua selecções privativa do Reader's Digest!

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  9. A alema se acabou é bem feita, era a cara chapada da francesa, aborrecidíssima. A melhor é a inglesa!

    ASS: a vossa especialista internacional em romances de cordel E revistas femininas de vao de escada.

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  10. Fico contente por a senhora de 75 anos ter encontrado esse novo companheiro e desejo as maiores felicidades a ambos.

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  11. Tal e qual como eu, Gi.
    Acho uma ternura uma pessoa dos seus 75 anos não desistir.

    Mas não lhe direi nada. Só conheço a ginecologista, e algo me diz que os namorados não gostariam de saber que se falou deles.

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  12. Helena,
    Acho triste também, claro. Mas também é triste ela não ter tentado resolver o problema durante todos esses anos por iniciativa própria, embora não me surpreenda. Há tantos casos assim. A ideia da sexualidade com o objectivo de dar não tendo fazia parte do que se esperava da mulher (o tal dever conjugal) e não vai assim há tanto tempo como se julga. Provavelmente ela achava aquilo normal até aparecer alguém que se preocupou.

    Estou com a Gi e contigo no desejo de que sejam ambos muito felizes.

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  13. Engracado como estas noticias de homens a mandarem as mulheres ao medico para terem orgasmos nunca comecam por "em Portugal...". Deu 5 anos para o peditorio, com o consultorio aberto no Campo Alegre. A coisa era atroz em todos os sentidos: vindo de fresco de John Hopkins e do Indiana Institute (mais conhecido pelo nome do seu fundador, Kinsey) dei por mim a pesquisar alfarrabistas da Rua do Bonjardim para encontrar aproximacao terapeutico a enfermidade de "indiferenca sexual" que na esmagadora maioria das vezes traziam as mulheres a consulta. Foi divertido por uns tempos, mas cedo se tornou claro que qualquer modernidade terapeutica estava vedada as lusas femeas criaturas e houve que abalar a Barcelona, onde finalmente pude exercer a minha profissao nos moldes de modernidade que tinha aspirado. De notar que a mulher portuguesa muito, muito, muito, muito raramente admira qualquer problema de ordem sexual e e impossivel colocar o problema na dinamica do parceiro. Isto deve-se ao processo educacional em que sao criadas, onde o homem guia os passas da sua educacao recriminando a mulher sempre que a coisa n corre a preceito. Por exemplo, em contexto terapeutico Portugal e dos paises no mundo onde as mulheres menos se queixam da ejaculacao precoce dos parceiros, normalmente carregando em si o problema sob a forma de diminutivos de competencia ou qualidade. Obviamente tal clube nunca existira em Portugal, mesmo os ensaios de swing-club que por la ha sao um exemplo palido do que se pode encontrar em qualquer cidade media holandesa. Acho que sao noticias como esta que mostram o enorme fosso que se cavou nos ultimos 30 anos entre Portugal e a Europa civilizada. A unica coisa que unira as mulheres e homens portugueses aos seus congeneres sera provavelmente o uso das mesmas roupas por via das ditaduras da Zara, Mango, etc...

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  14. Não sei se vejo extremos. Homens e mulheres têm fantasias e parece que não são assim tão diferentes.

    Há é uma história, e nessa história os homens estão no centro do sexo. É saudável que queiramos rever e reescrever a história incorporando as mulheres. Não só no sexo, mas no resto em que a mulher estava sempre nas bancadas. Que isto aconteça, que as pessoas se revoltem com os velhos discursos ou incorporem naturalemente uma nova visão mais justa, é muito feliz. Deviamos ir beber uma cerveja e brindar.

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