04 abril 2021

Páscoa

 




Em 2016, quando estava a escolher as árvores "coluna de frutos" para a sebe ao longo da rua, o empregado do horto ia mostrando "tem aqui uma macieira, esta é uma cerejeira, ali uma ameixoeira, e também um damasqueiro,..." - e eu: damasqueiro! o povo arménio!

Tinha de ser o damasqueiro. E foi a melhor das escolhas que fiz: é a primeira árvore de fruto a florir, anuncia-nos a primavera em exuberância feliz. 

As abelhas, que ainda agora se libertaram do esforço bruto de atravessar o inverno, nem sabem para onde se virar. Esvoaçam de flor em flor, numa indecisão tranquila. 

A vida que regressa.

Boa Páscoa a todos os que por aqui passam. 


14 comentários:

Zine disse...

Olá Helena estou a ver a sua entrevista na 1 e não resisti. Todos os assuntos que até agora referiu me interessam e o saber que vive na Alemanha deixou me fascinada,assim venho pedir lhe um favor: de vez em quando entrarei devagarinho por aqui e falarei um pouco consigo. O meu nome é Maria José Dionísio e aos poucos nos conheceremos melhor certamente.

Unknown disse...

Muito bom, obrigada 🙏

António Magalhães disse...

Páscoa feliz com sorrisos e árvores floridas.

Unknown disse...

Bom dia,acabei de ver na rtp um documentario sobre este blog,nao conhecia,alias nao conheco nenhum, e um campo que desconheco,vou tentar comecar a visirar,Pascoa Feliz

Eu, Fátima. disse...

Bom dia, acabei de ver a sua entrevista,adorei e fiquei fã. Uma Boa Páscoa.

Unknown disse...

Boa Páscoa

Unknown disse...

Conheci-a apenas hoje. Tudo tem o seu tempo. Gostei do que vi e ouvi sobre os Arménios. Santa Páscoa

Lisleine Uchôa do Lago disse...

Feliz Páscoa, Helena! Acabei de conhecê-la em um programa na RTP 1, após assistir à benção pascal com o querido Papá Francisco. Ambas experiências inéditas para esta brasileira aqui “perdida” em Lisboa. Foi um prazer conhecê-la 😊🐣☮️

Flor disse...

Feliz domingo de Páscoa!

Investiguei e encontrei o seu blog. Parabéns e obrigada.

Unknown disse...

Obrigada, Feliz Páscoa

Pedro Santa Maria Lencastre de Melo e Sousa disse...

Boa tarde Srª D. Helena Araújo.
Começo por confessar que esta é a minha estreia nas novas tecnologias e, por conseguinte, vamos ver como vai correr.
Hoje, dia 4 de Abril de 2021, Domingo de Páscoa, seja lá o que isso significa, e com o devido respeito, a mim há já bastante tempo a esta parte que não tem qualquer significado, tive oportunidade de ver um programa na RTP1 onde intervinha a senhora e a jornalista que a certa altura utilizou o substantivo poeta referindo-se a uma mulher. Ora aqui surgiu-me a dúvida que há já algum tempo a esta parte me vem sido suscitada, uma vez que já não é a primeira vez que ouço o termo poeta no feminimo. Ora eu, na Escola, aprendi que o feminino de poeta é poetisa. Será que ambas as formas estão correctas, ou trata-se dum termo da chamada "novilíngua"?
Esclareço desde já, e com toda a humildade, que a minha área não é Letras, sou formado em Gestão Bancária e com uma Pós-Graduação em Macro-Economia, por conseguinte, de Português sei apenas pouco mais que o que aprendi na Escola até ao equivalente agora ao 12º ano.
O que aprendi para além disso, resulta da minha enorme vontade de querer aprender mais um pouco deste nossa Língua tão bela e tão rica e, contudo, com tanta frequência tão mal tratada todos os dias e a toda a hora!!!
Sou um apreciador do Eça de Queirós, do Camilo Castelo Branco, (delicioso o livro A Queda de Um Anjo), no Neo-Realismo, Os Esteiros do Soeiro, é um livro que só pela dedicatória, (PARA OS HOMENS QUE NUNCA FORAM MENINOS), embora não só por isso, bem merece a pena ser lido. Mais recentemete, Fernando Pessoa, Aquilino Ribeiro, Natália Correia e seu delicioso poema dedicado ao deputado "truca-truca" na Assembleia da República, mas não só, de facto a Natália exprimia-se de forma superior e conseguia retirar a esta nossa LÍNGUA tão rica e tão bela tudo aquila que ela tem para dar. Miguel Torga, Agustina, Forbela Espanca, Saramago, António Lobo Antunes (Eu sou como as grutas, choro por dentro), bela metáfora, e, por fim, a Grande, a enorme Sofia de Mello Breyner, (referindo-se ao dia Maravilhoso de 25 de Abril de 1974 como "UM DIA INTEIRO E LIMPO", para além de uma frase na qual me revejo compeletamente, "UM DIA QUANDO MORRER, HEI-DE VOLTAR PARA BUSCAR TODOS OS MOMENTOS QUE NÃO PASSEI JUNTO AO MAR". De facto, mesmo para alguém que de Português pouco sabe, e de poesia ainda menos, aquela poesia limpa, luminosa e cristalina toca-nos no mais fundo da nossa alma.
Voltando ao programa programa televisivo, quero transmitir-lhe apreciei o mesmo, já que cada vez são mais raros os programas que nos enriquecem culturalmente e que nos deixam uma sensação de bem-estar intelectual. Bem-haja. Apareça mais vezes, quer a senhora quer a jornalista porque fazem falta.
Quanto à questão que coloquei sobre o feminino de POETA, muito grato ficaria se me pudesse esclarecer.
Por fim, e como a prosa já vai longa, devo esclarecer que me recusei terminantemente a escrever de acordo com o inqualificável e celebérrimo acordo ortográfico. NÃO, NÃO MIL VEZES NÃO!!!
De facto, no âmbito das minhas funções profissionais, na altura Gerente Bancário, atendi por diversas vezes o Exmo. Sr. Prof. Drº Malaca Casteleiro, a luminária que presidiu à comissão que "pariu" aquela monstruosidade. Por curiosidade uma das vezes em que o atendi tive oportunidade de, com toda a humildade, lhe ter perguntado quais foram os critérios que presidiram ao bendito acordo, uma vez que eu não conseguia entender, por exemplo, por que razão em inspecção o c caía, já que a sua função é a de abrir acentuar o e. Sua Excelência do alto da sua imensa sabedoria respondeu que a questão era muito complexa e que naquele momento não tinha tempo para me explicar!!! Fiquei perfeitamente esclarecido!!!
Antecipadamente grato pela atenção que possa dispensar a esta minha "estreia" nesta nova era, despeço-me com os melhores cumprimentos.

Pedro Santa Maria de Melo e Sousa



Helena Araújo disse...

Obrigada a todos pela simpatia de me fazerem chegar este feed back. São comentários assim que nos provam que as redes sociais são habitadas por serem humanos. :)

Pedro Santa Maira de Melo e Sousa,
1. Sobre o uso de poetisa ou poeta, não tenho opinião. A língua é mais do que a sua gramática, e evolui com a sociedade. O que me interessa neste assunto é mais o debate que a conclusão. Aqui lhe deixo um excerto com algumas ideias interessantes:
« Natália de Oliveira Correia (...) recusaria ser classificada como poetisa por entender que a poesia era assexuada, mas esta ideia não é unânime e é mesmo contraditada por Maria Teresa Horta, “A Natália disse-me uma vez que nos chamavam poetas, e não poetisas, porque a figura do poeta com qualidade poética, estava dominantemente «adjudicada» aos homens, e as mulheres, para serem consideradas nessa categoria, tinham de ser tão «bons» quanto eles. Nós somos poetisas, repetia bem alto, tão boas ou melhores que eles. Nunca mais esqueci este aviso” »
(aqui: https://www.mdm.org.pt/natalia-correia/)
2. Quanto ao Acordo Ortográfico: como diz o outro, é complicado. :)
Sobre o assunto, o Victor Santos Lindegaard escreveu um dos textos de que mais gostei: https://llindegaard.blogspot.com/2014/03/mais-um-texto-sobre-reforma-ortografica.html
Mais uma vez: o mais interessante não é a conclusão, mas a atenção aos argumentos que usamos.

Pedro Santa Maria Lencastre de Melo e Sousa disse...

Bom dia cara Helena Araújo, se me permite este tratamento um pouco mais informal.
Concordo consigo quando afirma que a língua é mais que a sua gramática, mas também é a sua gramática.
Uma língua tem regras, tem normas que, em minha modesta opinião, devem ser respeitadas.
Por exemplo, ouvir e ver um deputado da Nação numa reunião partidária abrir a sua "brilhante" intervênção com a expressão "CAMARADAS E CAMARADOS", sendo que a não menos "brilhante plateia veio abaixo em aplausos, e outro brilhante personagem empregar o termo "PRESIDENTA", só porque era uma mulher que ocupava o cargo, isto é o quê?
De igual modo e voltando à questão do inqualificável acordo ortográfico, permita-me que, com o devido respeito, discorde de si, desde logo porque, não seguramente por acaso, Portugal foi, até agora, o ÚNICO PAÍS que, armado em cavaleiro andante, tornou obrigatório em todos os departamentos do Estado a nova grafia!!!
Estou totalmente de acordo com todos os que pensam que a LÍNGUA é um organismo vivo, que permanentemente evolui e incorpora novos termos e expressões, (neologismos) e com isso só
enriquece e ganha vida e ganha mundo, mas daí a termos de ir atrás dos brasileiros só porque eles são mais de 200 Milhões e nós só 10 milhões (mais 5 milhões) se contarmos com a Diáspora, vai uma distância maior que o Oceano que nos une ou separa, dependendo dos pontos de vista.
Nada tenho quanto ao português que se fala e escreve no Brasil, mas defendo com toda a convicção que a MATRIZ DA LÍNGUA PORTUGUESA É O PORTUGUÊS ESCRITO E FALADO EM PORTUGAL.
Na minha modesta opinião não existe o sotaque de Portugal. Aqui nasceu a língua e foi evoluindo desde o português arcaico ao português actual por meio de sucessivas REVISÕES ORTOGRÁFICAS e não por ACORDOS ORTOGRÁFICOS.
A título de exemplo, não conheço qualquer espécie de acordo ortográfico entre os ingleses e os norte-americanos que são mais de 335 milhões, sendo ingleses à volta de 50 milhões (não incluo aqui os escoceses, os irlandeses do norte e os do País de Gales) que, como sabemos, têm a os seus próprios dialetos.
Vou terminar que a prosa já vai longa, e do facto, apresento as minhas desculpas.
Antecipadamente grato pela atenção que queira dispensar-me, e com os melhores cumprimentos,

Pedro Santa Maria de Melo e Sousa


Helena Araújo disse...

Caro Pedro Santa Maria de Melo e Sousa,
há muito tempo que não discuto o Acordo Ortográfico. Desde já porque não sei o suficiente para o poder discutir com competência.